Fonte Instituto HIPCO.
Que braço manipula o Islã ( interrogação)
Que braço manipula o Islã ( interrogação)
O Islã agressivo e invasor transpôs as fronteiras da Europa. O início de 2015 foi marcado pela chacina de 12 jornalistas e o ferimento de mais dez, todos eles diretores ou funcionários do pasquim parisiense, obsceno e anticatólico Charlie Hebdo, que havia publicado charges contrárias a Maomé. A França tomou conhecimento que abrigava 1.100 jihadistas (soldados da “guerra santa” islâmica), 380 dos quais combatendo na Síria e no Iraque,[1] e que uma galáxia terrorista agia entre os milhões de muçulmanos instalados no país.
O conjunto da Europa não estava em situação melhor: manifestações multitudinárias para revidar o terror acabaram chamando a atenção para a fraqueza de um mundo ocidental amolecido, laicista e despersonalizado. Face ao fanatismo do Islã, a Europa sem espírito de Cruzada reagiu sem a indispensável firmeza.
Desde então recrudesceram os atentados em território francês, que se manifestaram pelo esfaqueamento de militares, degola de empresário por funcionário maometano, tentativa de massacre de passageiros de um trem de alta velocidade (TGV) Amsterdã-Paris, frustrada pela corajosa intervenção de soldados norte-americanos em férias etc. E, em dezembro último, um casal filiado ao Estado Islâmico (EI) praticou em San Bernardino (Califórnia) a maior chacina coletiva nos EUA desde o atentado às Torres Gêmeas.[2]
O ano foi salpicado de modo macabro por crimes do EI no Oriente e na África. Massacres coletivos, degolações (praticadas até por crianças), crucifixões, afogamentos de prisioneiros em jaulas, lapidações, atentados suicidas — crimes cuja crueldade, sadismo, anticristianismo e barbáries levaram outrora os Papas a convocar cruzadas. Houve ainda a demolição de obras multisseculares do cristianismo na Síria e no Iraque, como também a destruição absurda de tesouros artísticos milenares, como a cidade de Palmira.
Invasões que lembram a queda do Império Romano do Ocidente
Enxurradas migratórias majoritariamente islâmicas procedentes do Oriente Médio somaram-se às centenas de milhares de estrangeiros que, provenientes da África, desembarcavam em ilhas mediterrâneas da Itália e da Grécia. Até setembro, eles já atingiram o número de 264.500. Milhares faleceram nessa tentativa, inclusive cristãos, jogados ao mar por fanáticos maometanos. O fluxo de imigrantes não fez senão aumentar a partir do momento em que, na ilha de Lampedusa, o Papa Francisco atribuiu aos “países ricos” a culpa pelo drama, e lançou a increpação: “Vergonha, vergonha, vergonha!”[3]
Em colunas, os migrantes penetraram também por terra, procedentes da Turquia, cujo governo é acentuadamente religioso-maometano. Só em julho, a Grécia recebeu mais refugiados que em todo o ano de 2014.
As colunas prosseguiam rumo ao norte, lotando trens ou percorrendo estradas a pé. A Macedônia, a Sérvia e a Eslovênia não puderam detê-las. A Hungria, a Croácia e a Áustria ergueram barreiras, logo violadas. A Polônia e a Eslováquia decidiram receber apenas imigrantes cristãos, sendo invectivadas pela mídia e pela União Europeia. A Dinamarca bloqueou trens vindos da Alemanha — país que registrou 965 mil pedidos de asilo entre janeiro e o fim de novembro[4]. Grupos de imigrantes ingressaram na Noruega pela região ártica. Na França, os imigrantes acamparam em pontos estratégicos, como na entrada do túnel da Mancha que conduz à Inglaterra. A Europa reviveu o drama das invasões bárbaras que outrora determinaram a queda do Império Romano do Ocidente.
Conflitos entre facções religiosas ou étnicas de imigrantes, depredações e saques de instalações de acolhida, ataques ao pessoal hospitalar que os atendia, recusa de alimentos não conformes ao Corão ou com o emblema da Cruz Vermelha atiçaram a violência. Os recém-chegados entoavam em locais públicos versículos corânicos ou brados de guerra como “Allah akbar” (“Alá é grande”), e os atritos com as populações locais foram inevitáveis. Grupos “progressistas” ou de extrema-esquerda aplaudiram a chegada dos imigrantes, mas colidiram com seus conterrâneos opostos à “nova invasão”. Em Colônia, a candidata à prefeitura, Henriette Reker, pró-imigração, e mais quatro pessoas foram esfaqueadas em comício público por um cidadão anti-imigração. Os prefeitos de Magdeburg, Nieheim e Reutligen, bem como membros do Ministério Público de Dresden, receberam ameaças de morte pelo mesmo motivo[5].
Acordos constitutivos da União Europeia, como o de Schengen, que extingue as fronteiras, viraram letra morta, fazendo temer uma implosão do bloco. O medo da invasão fez subir a cotação dos partidos opostos à imigração. A Polônia elegeu em maio o presidente Andrzej Duda, do Partido Lei e Justiça, que defende a família e é contra a imigração. Em outubro, o centro-direita venceu as eleições gerais em Portugal[6]. No mesmo mês, o Partido do Povo Suíço (SVP) obteve maioria recorde no Parlamento, defendendo a identidade nacional ameaçada pela entrada maciça de estrangeiros[7]. Na Croácia, a União Democrata Croata venceu as eleições parlamentares por razões análogas[8]. Nas eleições departamentais francesas de março, o centro-direita conquistou quase 70 departamentos, enquanto o Partido Socialista perdeu a metade dos 61 circunscrições que comandava. O Front National, de extrema-direita, cujo avanço era trombeteado pela mídia, não conquistou nenhuma[9]. Nas eleições de dezembro último, o Front National tampouco obteve qualquer governo regional, apesar de ter sido o partido mais votado da França[10].
Massacre em Paris apavorou o mundo
Em 13 de novembro, em nome do Corão e com requintes de implacabilidade, terroristas suicidas do Estado Islâmico fuzilaram 129 pessoas e feriram perto de 400, durante atentados em Paris. Os terroristas, nascidos na França, circulavam nos ambientes muçulmanos, que contam com dezenas de milhões de adeptos na Europa. Alguns deles foram treinados na Síria e regressaram com passaporte de imigrante, concedido por autoridades europeias. A polícia e o exército francês neutralizaram em Saint-Denis, na periferia parisiense, uma célula que preparava novos ataques. A França e a Bélgica entraram em estado de emergência. Eventos esportivos, voos comerciais e trens foram suspensos, quase a metade das reservas de hotéis e de restaurantes para as festas do fim do ano foi canceladas, generalizando-se nesses países o sobressalto.
Nos mesmos dias, o Estado Islâmico explodiu um avião de bandeira russa sobre o deserto do Sinai, matando todos os seus 224 passageiros e tripulantes. A Rússia havia entrado de modo atropelado e confuso na guerra da Síria, alegando ainda visar o EI, mas de fato procurando atingir opositores do governo sírio apoiados pelos EUA. A intervenção russa soava como um embate dissimulado contra os americanos. Mas o atentado em Paris favoreceu Putin, a quem a França convidou para formar uma aliança contra o EI. Isso permitiu ao presidente russo sair do isolamento em que estava após a invasão da Ucrânia. Ele pronunciou truculentas ameaças contra os terroristas. Mas verificou-se depois tratar-se de montagens da propaganda russa para seduzir ingênuos no Ocidente. Em mais um episódio confuso, um caça-bombardeiro russo que violava o espaço aéreo da Turquia foi derrubado por um jato desse país. O episódio levou Putin voltar-se contra a Turquia, país membro da NATO, e a reforçar sua colaboração militar com o Irã, país incentivador do terrorismo islâmico universal.
Desagregação da União Europeia
O caos gerado pelas invasões e pelos atentados ocorreu quando os países europeus se encontravam abalados por graves desavenças. Em janeiro, vencera na Grécia a Coalizão de Esquerda Radical Syriza, disposta a romper os acordos assinados com a União Europeia e com os bancos internacionais que impediam a falência do país. O hino comunista Bandeira Vermelha ressoou nas ruas de Atenas para comemorar a vitória anticapitalista. O novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, voltou-se para a Rússia e aceitou alianças com partidos favoráveis ao governante do Kremlin. Tsipras foi apelidado de ‘Che grego’, dispensou a gravata e não fez seu juramento sobre a Bíblia. Nomeou Yanis Varoufakis, arauto do “marxismo libertário” e da socialização dos meios de produção, para o Ministério das Finanças. Pelo final do ano, tendo quase perdido o governo, Tsipras preferiu se “acalmar”, em troca de mais créditos dos odiados capitalistas, mas sem fazer os ajustes que evitariam a queda do país no abismo. Syriza levou para a Europa o modelo da esquerda “bolivariana” encarnada por Maduro, Lula, Evo Morales.
O sucesso de Syriza animou o partido espanhol Podemos, o gêmeo da esquerda radical espanhola financiado pelo chavismo. Em julho, Podemosconquistou, entre outras, as prefeituras de Madri e Barcelona, sonhando aplicar o “socialismo do século XXI” e professando um “messianismo que não oferece programas nem propostas”, segundo o diário parisiense “Le Monde”[11]. Em setembro, o movimento independentista e republicano catalão obteve a maioria das cadeiras do Parlamento regional e iniciou um processo de separação do país, reprovado pelo governo nacional.
Explorando a desagregação europeia, o primeiro ministro britânico Cameron apresentou condições draconianas para a Grã-Bretanha continuar na União Europeia. Se as mesmas não forem atendidas, ele cruzará os braços por ocasião do referendo a ser realizado até 2017, o qual, nas condições atuais, aprovará o Brexit ou a saída da Grã-Bretanha do bloco. Essa medida teria efeitos sísmicos, em decorrência do peso econômico-financeiro, militar e populacional britânico na UE.
Notas:
[1]) O Globo, 08.01.15.
[2]) O Estado de S. Paulo, 03.12.15.
[3]) Radio24, 04/10/2013, http://www.radio24.ilsole24ore.com/programma/24mattino/naufragio-lampedusa-vergogna-vergogna-093803-gSLAfX5NW?refresh_ce=1.
[4]) Folha de S. Paulo, 07.12.15.
[5]) O Globo, 18.10.15.
[6]) O Estado de S. Paulo, 04.10.15.
[7]) O Estado de S. Paulo, 18.10.15.
[8]) O Globo, 09.11.15.
[9]) O Estado de S. Paulo, 30.03.15.
[10]) O Globo, 08.12.15.
[11]) LeMonde, 02.02.15
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