Misericórdia.
Ofereço esse texto como um
presente de aniversário à monja Carina Novack; mas o entrego enleado em sete
papeis de presente, dentro de sete caixas e amarrado por sete fitas, de um tal
modo que ela possa desamarrar os nós, desenlear os papeis, abrir as caixas e
finalmente descobrir o que há de verdadeiro no âmago do texto. Se nada
encontrar de verdadeiro ficará o vazio teológico da freqüente negação do
Magistério Infalível da Igreja em fé e moral, que no momento em nome da
misericórdia erroneamente desprezamos.
O texto;
A Misericórdia é um ato de
amor. Se Deus é Amor, a misericórdia é um atributo divino, uma conseqüência do
amor de Deus. Ao criar os homens Deus o fez gratuitamente, por amor, portanto
por misericórdia. Essa misericórdia nada tem em relação ao perdão, mas sim ao
amor criador de Deus. Deus usou de imensa misericórdia ao criar os homens.
Criteriosamente Deus, que
tudo criou do nada, e tudo pode criar do nada novamente não tem a menor
necessidade de ter misericórdia, essa agora, em relação ao perdão das faltas
humanas. Deus não precisa nem dos homens, nem do amor dos homens, nem dos
pecados humanos, nem da oração dos homens. No entanto teve imensa misericórdia
ao cria-los, pois a misericórdia é um ato de amor. E Deus criou os homens por
amor como dissemos.
Os dinossauros foram extintos;
milhares de espécies de peixes e animais também, milhões de espécies de insetos
foram extintas e bilhões de espécies de micro organismos. A julgar pela
narrativa do dilúvio, a humanidade e todos os seres vivos da terra estiveram a
um palmo de se extinguir. Então a imensa misericórdia de Deus não é
maniqueísta, e impera na criação. Nem a extinção de uma espécie qualquer a
coloca ao abrigo da misericórdia de Deus, pois ele pode retirar tudo do nada, e
o faria por amor.
Todavia, e isso não pode
escapar, segundo as Escrituras, ao criar o homem Deus soprou o seu Espírito nas
narinas humanas, não fez isso com nenhum outro ser vivo, ou seja, o homem tem,
embora limitado, o Espírito de Deus. Somos que irmanados, aparentados com Deus,
pois em nós vive o Espírito de Deus. No entanto Deus não precisa de nós, e se
de nós não precisa. de nossas ações boas ou más muito menos precisa, Ele também
não precisa de nossa salvação. Mas nós precisamos Dele! Nós precisamos do Espírito
Divino que nos anima, ilumina e santifica. Nós precisamos dessa Luz que nos
diz: Nós fomos criados por amor e a ele febemos gratidão. Afora isso, sim nós
entramos no mistério da gratidão, do amor dos homens para com Deus, e portanto,
como conseqüência devemos respeito dos homens para com Deus. E Deus não
necessita de nosso respeito. Mas nós necessitamos amá-lo e ter misericórdia
para com Ele! Isso nos parece misterioso meio incompreensível, meio inatingível
pela Lógica dos homens. Mas ninguém disse que a lógica humana não teria limites,
nem se prometeu aos Homens serem oniscientes como Deus. Segundo as Escrituras
Deus disse: Façamos os homens a nossa imagem e semelhança. Nossa imagem? Sim
imagem de Deus Pai, de Deus Espírito e de Deus Filho, portanto, nós seres
humanos temos semelhança e somos imagens da Trindade, mas imagem e semelhança
não quer dizer igualdade e realidade de Deus, os homens não serão Deuses serão
apenas imagem e semelhança da Trindade.
Ora! Deus colocou limites em
tudo, separou as terras firmes da águas, a Luz das Trevas, o Dia da Noite, o
firmamento separando as águas, e naturalmente deus limites aos homens, limites tanto para sua sobrevivência física
como sobrenatural, ou como querem outros,... espiritual. A quebra desses
limites trazem conseqüências, não para Deus, mas para nós os homens. A quebra
desses limites podem levar a extinção física da espécie, como também à “extinção”
espiritual dos homens nos separando do Espírito de Deus. Vou explicar melhor:
Para o diretor do Observatório Astronômico do Paraná, nós não vamos para o céu,
porque já nascemos no céu, isto é, já nascemos no espaço sideral, Mas esse não
é o Céus teológico. O Céu teológico esta fora do tempo e do espaço, ao Céu
teológico chamamos de eternidade. Lá onde vive o Verbo de Deus, o pensamento e
a ação criativa e intencional de Deus, o projeto original de todas as coisas
criadas no passado, presente ou futuro, e é para onde voltamos ao morrer,
voltamos ao pensamento de Deus até que Ele, o Verbo, na sua memória onisciente,
onipotente, onipresente e fiel nos “Faça” da Eternidade ressurgir na vida
material embora atemporal conforme nos ensina Jesus Cristo. Nada foi criado
acidentalmente. Não acrescentarei nada sobre a possibilidade de uma eternidade
sem a presença de Deus morto por nós, o assunto é longo demais para tratar
aqui. A verdade é que depois dos homens terem transgredido o primeiro dos
limites impostos por Deus, “não comer do fruto da sabedoria”, onde conheceram o
Bem e o Mal e tornaram-se maniqueístas, acusadores, foram perdendo o amor
devido a Deus, ganhando auto-suficiência e como consequencia caminharam céleres
para transgredir o segundo limite imposto por Deus: “não experimentar do fruto
da árvore da Vida”.
Deus impôs limites! Quem pode
julgar a Deus? Quem foi o seu conselheiro? Logo não nos cabe discutir os seus
desígnios, e foi designio seu mandar seu Filho, o Verbo feito carne, incriado,
eterno como o Pai é eterno, habitar no meio dos homens, para que eles voltassem
ao Espírito de Deus. Vinha lhes mostrar a natureza misericordiosa, paciente e
complacente de Deus. Vinha nos mostrar que o Amor encarnado era a solução, o
modelo, a obediência, a gratidão perfeita dos homens a Deus. Ser imagem de
Jesus Cristo é ser da maneira mais perfeita possível a imagem e semelhança da
Trindade. Mas os homens, hipnotizados pela sabedoria humana, adquirida no
pecado, na transgressão dos limites impostos por Deus. isto é, transgredindo o
limite posto por Deus de não comerem do fruto da sabedoria para o seu próprio
bem, cheios de maniqueísmos despertos, de divisões e invejas, rejeitaram,
condenaram e mataram Deus Amor Encarnado, que pelo contrario, por gratidão
deveriam generosamente acolher.O Filho é também o nosso Pai. Mas Deus
ressuscita-O ao terceiro dia, mostrando aos homens que toda a maldade humana
não é suficiente para submetê-lo, Ele é o senhor da Vida, ainda que a presunção
humana esteja tomando gosto pelo fruto da vida do qual Deus lhes proibiu comer.
O homem se extinguirá a si próprio na tentativa de eternizar-se na vida física
e lhe tomar controle por meios distintos daqueles que Deus lhes ofertou. Bem,
para evitar que o Homem destruísse a si mesmo e perdesse aquele sopro que o
afilia ao Espírito de Deus, Ele, através dos séculos foi dando ao homem
limites, regras e até Mandamentos para que o homem pudesse manter-se em
harmonia com Deus, consigo mesmo, com a sociedade e com o meio que o circunda.
Mas o homem teima em transgredir.
Como vimos ate aqui o Amor de
Deus não faltará ao homem, e, portanto não lhes faltará a misericórdia divina,
mas ao homem faltou e faltará à misericórdia pára com seu criador. Essa falta
de Generosidade do homem para com o criador não ficava totalmente clara antes
da encarnação do Verbo, mas com o nascimento de Cristo as ações humanas vão se
mostrando odiosas a Deus, refrataria ao modelo humano proposto por Deus, odiosa
à liberdade do amor divino que eles em desespero e arrogância pregam em uma
cruz, colocam em uma forma, submetem; vencemo-Lo
Nos diz São Tomas de Aquino: O homem existe
para amar, reverenciar e servir a Deus seu criador. Com o pecado não queremos
reverenciar, não queremos fazer a vontade divina, e não queremos ter
misericórdia aliviando os sofrimentos de amor sofridos pelo Filho na Cruz, evitando os nossos pecados. Os pecados nada
mais são que transgressões à vontade de Deus expressa nos Mandamentos. Deus não
se importa com nossos pecados, pois como já vimos ele pode recriar tudo de
novo. Os pecados importam aos homens, pois os pecados destroem os homens
fisicamente e matam aquele sopro do Espírito de Deus que habita em nós; os
pecados podem nos levar para uma vida separada de Deus, uma eternidade ausente
do Espírito de Deus. Os pecados confessados a Deus, que já os conhecia, são
perdoados para que o Espírito de Deus não morra em nosso ser. Assim Jesus nos
ensina: Ama-me aquele que cumpre os Mandamentos. Isso é a verdadeira
misericórdia, pois ao evitar o pecado temos misericórdia pelo próximo,
mostramos misericórdia aos sofrimentos de Deus na Cruz, e temos misericórdia
sobre nós mesmos. Essa é a verdadeira misericórdia ensinada pelo magistério da
Igreja através dos séculos: Cumprir
os Mandamentos de Deus; e se, por uma falsa idéia de misericórdia ao
próximo, respeito humano, comovamos os próximo acima dos Mandamentos de Deus, o
que ofende o primeiro mandamento “ Amarás a Deus sobre todas as coisas”, e pelo
contrario temos complacência com os pecados nosso e do próximo e os suavizamos ,
faltamos com a misericórdia ao próximo e permitimos que ele se destrua, ao
mesmo tempo que corrompemos o Magistério Infalível da Igreja em Fé e Moral
caindo em profunda contradição.
OBS: Atenção, o Espírito de
Deus soprado nas narinas do homem pelo Verbo, que o vivificou e lhe deu consciência
de si e de Deus, é o mesmo Espírito de Deus soprado pelo Verbo Encarnado (Jesus
Cristo) sobre os apóstolos em Pentecostes, porém agora como Espírito de Verdade,
Consolador, e apto para explicar e revelar os mistérios da Encarnação do VERBO. Como vemos o Espírito de Deus
emana do Pai e do Filho em nosso favor.
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