Cláudio Seto. (Jornalista e
Cartunista)
Tive poucos amigos japoneses.
Mário e Rui Katayra na infância, Lincoln Matsumoto e Mércia Matsumoto na
adolescência deles, e o amigo de mais de quatro décadas “Tomizo San” (Senhor
Pedro Tacaki).
Cláudio Seto não chegou a ser
meu amigo, no entanto acompanhou ao Senador Requião na histórica abertura dos
arquivos do DOPS (Delegacia de Ordem Política e Social) em 1990, onde
certamente queria acessar dados sobre a perseguição aos japoneses durante a
Segunda Guerra Mundial aqui em nosso estado, mas confesso, não só por esse
motivo, eu admirava seu trabalho, seu humor, seus textos, seus desenhos. Hoje
lendo o livro AYUMI de autoria de Cláudio Seto e Maria Helena Uyeda, mais uma
vez tiro o chapéu diante da qualidade da pesquisa e do texto produzindo e
organizando a história da imigração japonesa no Paraná. Cláudio era mesmo um
talento. Não menos talentosa é a co-autora; Maria Helena.
Quero então contar, uma
historia, difícil de crer, mas para que você acredite existe o registro do fato
no jornal do Nikkei Clube em Curitiba.
Ocorreu que Cláudio havia
completado 60 anos. È tradição japonesa festejar a data em grande estilo. O
Clube Nikkei preparou a festa. Cláudio passou por lá, um tanto adiantado, cumprimentou
os que já haviam chegado, e pedindo desculpas disse que precisava sair, mas que
voltaria em seguida.
Horas se passaram e nada do Cláudio. Parentes preocupados,
telefonemas irritados, cerimonial perdido e confuso. Convidados ansiosos.
Organizadores da festa dando as possíveis desculpas e nada do Cláudio aparecer.
Algo devia ter acontecido, ponderavam os mais prudentes? Um desrespeito para
muitos que achavam o Cláudio meio transloucado. Uma possível tragédia para
outros. Passado certo tempo, todos na festa se agitavam menos uma senhora que
sentada em um canto, nada dizia, como se alheia aos fatos ansiosos, apenas
observasse. Alguém notando perguntou quem era ela, pois ninguém a conhecia.
Outro ponderou: deve ser uma das amigas do Cláudio vindas de São Paulo, ele
conhecia muita gente,... e a questão se encerrou ai. Quando a festa estava por
terminar, e todos haviam mostrado a sua face mais irritada, ou decepcionada, a
tal senhora levantou-se foi ao meio do salão como se fosse dizer algo, e num
inesperado gesto tirou a peruca revelando-se. Era, imaginem o Cláudio Seto que
comemorou seu aniversario observando as atitudes de seus parentes, amigos e
colaboradores na pele de uma respeitosa senhora japonesa. Que figura. Faleceu
próximo dos setenta anos, em Curitiba, deixando extensa obra jornalística,
artística e literária.
Minhas homenagens, em
comemoração ao dia dos jornalistas!
G23.
OBS: Esqueci de fazer referencia ao economista Stive Suguimoto que muito nos ajudous em 2010;
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