Os Portugueses abandonaram a
Amazônia?
Com alguma
freqüência lemos em livros didáticos que os portugueses premidos pelos
interesses dos séculos abandonaram à própria sorte a Amazônia. Seria isso uma
verdade histórica?
Não, não é uma
verdade histórica.
Quando falamos em portugueses no Brasil, devemos
lembrar que falamos desde o descobrimento ( com uma exceção durante a União
Ibérica que durou 60 anos 1580-1640) até a proclamação da Republica (1889).
Essa sim abandonou a Amazônia como vamos tentar demonstrar em outros textos *
brevemente.
A segunda coisa importante que não podemos esquecer
era o tratado de Tordesilhas, pelo qual a região amazônica estava fora dos
direitos portugueses nos primeiros anos após a chegada dos portugueses. A
conquista e anexação dessa imensa área devem-se quase exclusivamente aos
portugueses. Sobre modo aos Jesuítas ( que chegaram ao Brasil em fins dos anos
1500).
Raymundo Moraes em sua obra: na Planície Amazônica
(1960 editora Conquista pagina 134) irá afirmar coisa bem interessante: ‘A
historia da ocupação da Amazônia, escrita através dos rios, deve-se com
exclusividade nos séculos XVI; XVII; XVIII aos portugueses, e o seu zelo civil
e militar é testemunhado pelo forte de São Joaquim no Rio Branco vigiando as
Guianas e a Venezuela; no Rio Negro o Forte das Marabitanas olhando a Colômbia,
no Solimões o Forte Tabatinga vigiando o Peru; no rio Guaporé o Forte Príncipe
da Beira olhando a Bolívia; em Macapá em uma ribanceira vigiava-se o
arquipélago; nos litorais da foz do Xingu e Purus praças de guerra guardavam os
surgidouros; no Gurupá peças de guerra policiavam o estuário; Santarém
guarnecida por um forte protegia o Tapajós; Óbido a cavaleiro de verde colina
trancando a garganta do Amazonas; Castelo na Baia de Guajará defendia Belém. ’
Parece-nos que não houve abandono algum e os
portugueses a despeito da área deserta (desabitada), davam-lhe a maior
importância. Salvo maior ciência, Inglaterra, França e Holanda, tentavam
expandir suas fronteiras ao Norte, e hispânicos ao Oeste. Os franceses
invadiram o Maranhão (1612-1615) onde fundaram o Forte de São Luis. Como
resultado, Francisco Caldeira Castelo Branco, fundou o Forte do Presépio de
Belém, próximo a foz do grande rio, originando a cidade de Belém, capital do
Pará em 1616), o que contradiz o texto de Raynundo Novaes, que o chama de Forte
Castelo. Os ingleses chegaram a sentar praças na margem Norte da foz do
Amazonas. Os portugueses e os miscigenados nascidos nas terras do Brasil
alargavam as fronteiras ( principalmente no período da União Ibérica (
1580-1640), quando as colônias espanholas e portuguesas estiveram sob o mesmo governo) e as defendiam bravamente.
No entanto o comando, o Estado, o Governo era essencialmente português (*
exceto o período ibérico como já dissemos) embora já sofresse a pressão e
ingerência de ingleses.
Raymundo Moraes continua:’ Toda uma teoria de
muralhas, fossos, parapeitos, barbaças, casamatas, baterias, canhões montada
nas faixas ribeirinhas atestam o valor das vias movediças’.
Desde Orellana (1540), considerado o desbravador do
Amazonas, seu cronista, o Frei Gaspar Carvajal, relatou a presença de ouro na
região o que resultou, insofismavelmente no estimulo da cobiça de muitos povos,
rapina que continua ate os dias de hoje; nunca foi interrompido o saque do ouro
amazônico ate os nosso dias. Há quem afirme que um dos motivos da expulsão dos
jesuítas (1750) a quem o Brasil deve muito tanto no alargamento de nossas
fronteiras, assim como na expulsão das duas invasões francesas, e a holandesa,
foi o fato que já haviam mapeado as principais minas de ouro do Pará e Maranhão
( séculos XVII e XVIII), hoje os estado que mais produzem oficialmente o tal
metal no Brasil.
Então veio a Republica.
G23.
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