Você entende alguma coisa
sobre mineração? Então me achou ingênuo? Sim sou ingênuo, e essa é a minha arma
cristã: “se não fordes como um daqueles pequeninos não entrareis no reino dos
Céus”. Assim é. A ingenuidade aliada à curiosidade infantil, faz a alma móvel,
curiosa, criativa, especulativa, evitando toda rigidez do muito saber.
Eu também achei que
preocupar-me com dois milhares de garimpos ilegais na Amazônia Legal
Brasileira, era apenas a ponta do Iceberg. As Mineradoras estrangeiras no
Brasil, e nos demais paises sul-americanos, esse sim é um problema. Hora se
mostram como empresas de capital nacional, hora como contrato de risco, hora como
parceiras ou acionistas de empresas nacionais. Não importa, o que importa é que
são invisíveis ao grande publico e sugam riquezas não renováveis, furtadas aos
povos de países pobres ou em desenvolvimento com uma rapina cruel, covarde,
sonegando valores, tonelagens e naturezas dos minerais rapinados diante dos olhos cegos dos governos.
Quando eu pesquisava os
garimpos ilegais da Amazônia, entrei, por inspiração divina, nas imagens de
satélites disponíveis no Google, e para minha surpresa, nas fronteiras de
Roraima, encontrei uma imensa área degradada cheia de buracos como se fosse um
queijo suíço. Que seriam aqueles buracos? Minas de diamantes, nada mais do que
isso. Longe dos olhos dos brasileiros, provavelmente em terras indígenas, a
rapina internacional suga nosso país sem ao menos deixar contrapartida a altura
dessas riquezas não renováveis. Então lia a história da Anglo-American Mining
&Co. Quando pude perceber certa preferência pela exploração de ouro e
diamantes no Brasil, pois diz textualmente: “Esse país permite a exportação
dessas riquezas”
Fiquei pensando com que
rótulos essa mineradora operaria no Brasil. O sistema de mineração no mundo
todo possui um sistema de dissimulação de propósitos e controle das
informações. Os africanos sabem disso melhor do que nós. Essa blindagem os
torna invisíveis. Porém se com alguma ingenuidade podemos perguntar o que fazemos; que indústria
temos, para uso dos minerais que produzimos (embora disfarçados nas
estatísticas) e imediatamente percebemos que nossa industrialização é uma
falácia. Somos um país de montadoras estrangeiras, com pequenas indústrias
periféricas, desses núcleos montadores, e nada mais. Os capitais que financiam
esse sistema, não é bom nem pesquisar. É escandalizante. Trocamos riquezas não
renováveis por créditos, por créditos de meios de troca, papel, dispostos de
tal modo que resultam em
dividas. Entregamos a realidade, e recebemos papel cujo valor
flutua ao sabor dos interesses do “Comprador”. Se é que podemos chamar isso de
compra.
Fiquei tão exausto e tenso
com o pouco que descobri tão “puto” com a cegueira conivente de nossas
autoridades, e de como essas imensas riquezas são sonegadas no cálculo de nosso
produto interno bruto, que dormi diante da tela do computador. Sonhei: “Um
pequeno roedor me puxava pela mão”. Venha, venha eu vou te mostrar Tio. A
Toupeira me ensinou os caminhos subterrâneos. Preste atenção Tio, os homens
podem passar dias sem comer ou beber, mas não ficam minutos sem respirar. O ar
é o mais essencial dos elementos, no entanto é invisível, e ate agora fora do
comercio. Mesmo assim nos o desprezamos e o envenenamos. A realidade dos
minerais também é invisível, porém esta dentro do comercio, e esse comercio é
protegido de tal forma, que já gerou guerras, revoluções, derrubou presidentes,
mas sempre de maneira dissimulada e com as informações controladas a ferro e
fogo. Os países industrializados não vivem sem nosso minerais, assim como os homens não vivem sem o ar.
Tio olhe em volta: O cimento,
o cal, os tijolos e telhas, os pregos e parafusos, os canos, os fios de
eletricidade, tudo sai do solo, em superfície ou em profundidade. Os
plásticos são derivados de petróleo que sai do subsolo. Veja seu computador,
tudo sai do subsolo, os carros, caminhões, trens, aviões, tudo sai do subsolo.
Canhões, bombas, mísseis, naves
espaciais, tudo sai do subsolo. E do solo e do subsolo sai a água potável. Até
as riquezas renováveis precisam do solo, e do subsolo. Em Maceió. Se não estou
enganado tem uma castanheira cujas raízes ocupam um raio de quilômetros
expandidos pelo subsolo; compreende Tio? Humm, hum.
Bem Tio, se a economia
industrializada depende dos minerais do subsolo, assim como o homem necessita
do ar, e ela entraria em colapso se eles faltassem, por que os governantes dos
paises pobres e em desenvolvimento fecham os olhos diante dessa rapina, que já
dura dois séculos, ou mais? Tio você tem uma resposta? Por que o comum dos cidadãos não se preocupa
com a mineração? Nós não podemos nos industrializar ( dizem: pode aumentar o
aquecimento global, mas nos vendem automóveis aos milhões), mas eles podem
cavar em nosso solo e nos rapinar para manter as suas industrias, ou seu
mercado de minerais. Não podemos encarar as nossas áreas virgens por restrições
ecológicas, mas eles podem nestas mesmas áreas cavar, no caso, longe dos olhos
dos brasileiros, e daqueles que trabalham nas escavações quase como escravos,
estão convencidos que o Brasil precisa daqueles minerais; Ingênuos como eu, não
percebem que milhares de toneladas saem do país, a preço vil, quando não saem
de graça pela sonegação da informação, e voltam na forma de miçangas
caríssimas, roubando mais uma vez o ingênuo povo brasileiro; Tudo acobertado
por políticos e militares que por algum motivo fazem vistas grossas aos fatos. Tio
a Toupeira me mostrou e provou que mesmo assim ainda há muita riqueza no solo
Brasileiro, e que isso poderia elevar o Brasil às alturas, mas agora eles
iniciam as novas concessões a
estrangeiros, de modo que o futuro da nação esteja desde já comprometido. Compreende
Tio? Tiooooooo; xiiiiii acordou.
O telefone batia insistente.
Era o Gedeão Soares para dizer que houvera descoberto uma publicação argentina
que trazia os capitais e os nomes de fachada das empresas mineradoras no
Brasil, porém fazia uma ressalva: É um documento ideológico, você terá que
confirmar os dados, Ok?
Obrigado Gedeão, assim que
você me passe as informações, e não use o meu e-mail, eu checarei o que for possível...
ultimamente ando meio prudente, alias Gedeão você já leu a história de Prudente
de Morais, o primeiro presidente civil do Brasil? Faça isso, você vai me
ajudar.
G 23.
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