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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A redescoberta dos mares.


A descoberta dos mares.
Incrível.
Tenho observado que num país com 8.500 quilômetros de costas, infinitas praias marinhas e portos naturais, o povo não tenha consciência dos mares, nem projetos marítimos, nem aspirações marinhas, nem consciência dessa riqueza imensa, nem memória de sua história marinha, nem currículo escolar que trate do assunto, nem aspirações de comercio marítimo, ou profissões marítimas de nível superior, ou sonhos de expansão marítima econômica e sustentável. O caso seria, talvez, perguntar o motivo disso tudo?
O Estado brasileiro, sua economia, seu sistema de ensino têm que acordar para os mares.
Jose Bleger é um psicanalista argentino. Ele escreveu um raro livro: A Analise Institucional. Nele ele aborda as instituições, as organizações como se fosse personalidades em relacionamento uma com as outras, e através dos conceitos psicanalíticos tenta “tirar” suas conclusões sobre a dinâmica das instituições (maturidade, imaturidade, coerência intra psíquica, reciprocidade e justiça em suas relações, por exemplo.). O sentido é amplo de mais para tratar aqui, no entanto, poderíamos perguntar, qual é a do Estado Brasileiro? Como ele se relaciona, com os outros países fronteiriços, como ele se relaciona com o mar, e através dele (do mar) com os países longínquos em outros continentes.
Não vou tentar uma resposta, mas essa flagrante cegueira histórica do povo brasileiro para o mar é algo que deve ser estudado. Nós vemos o mar, pelo menos a maioria de nós, o vê como laser, beleza para os olhos. Consideramos a Marinha Armada, algo longínquo e desnecessário. A Marinha Mercante como coisa de grandes potências. As profissões marinhas, como a de pescador, são vistas como profissões menores, sem perspectiva econômica, ou mobilidade social. Jamais pensamos nas profundidades da águas e suas riquezas e mistérios. Jamais pensamos nas indústrias marinhas. Isso é assunto para empresas petroleiras, armadores multibilionários, assuntos alheios ao nosso cotidiano de “seres telúricos” e cidadãos obedientes.
O Mar, no entanto, tão amado e explorado, aproveitado e estudado por outros povos de território exíguo, começa a impor-se aos brasileiros. Todavia as dificuldades ainda são grandes. Todos querem ter um carro, quem quer ter um barco? Ou submarino? Ou uma sonda de profundidade? Quem que trabalhar no mar, ou do mar viver? Quem quer explorá-lo, ou nele comerciar? Quem quer estudá-lo? Quem imagina Grandes Lojas Navegantes repletas de produtos brasileiros viajando os mares, vendendo a cultura, o estilo brasileiro, seus produtos, a música, as artes nacionais, os saberes e sabores, o turismo e a alegre comunicação do brasileiro? Divulgando o Brasil, não vendendo o Brasil.
O transporte marítimo foi e é a base econômica de muitas nações e grupos econômicos fortíssimos, mas nós brasileiros parecemos ignorar isso tudo. Nós não queremos ser forte? Não queremos navegar?Não queremos lembrar que somos filhos de aventureiros, piratas, corsários, e predadores do mundo alheio. É melhor, então, nos considerar escravos, filhos de escravos, de índios arredios às novidades, de mansos empregados do capital alheio, e assim continuar, do que assumir o protagonismo da história universal?
Somos produtores de ferro e cimento, e o concreto e o aço, hoje, são as bases de construção de grandes cargueiros transoceânicos. O Paraná, por exemplo, produz cimento em quantidade. E ferro em quantidade. Possui na orla das suas baías espaço e profundidade pára operar e desenvolver estaleiros para construção de grandes navios feitos de cimento ou aço. Temos madeira, resinas e metais, e tecnologia, e combustíveis alternativos, além do antigo carvão mineral, para desenvolver uma forte prática de transportes fluviais e marítimos. Somos grandes produtores de alimento e grandes exportadores, e não nos interessamos pela construção de Navios, ou em explorar o comércio marítimo a nível universal. Estranho. É antinatural. Não é funcional. É pouco racional. Queremos enfiar a mão na terra, mas não queremos enfiar a mão no mar. É isso?
Quando?... Eu fico me perguntado, quando nós brasileiros construiremos os tais ”Grandes Barcos” em numero suficiente e os colocaremos no mar. Viemos pelo mar, do mar viemos, e por um fenômeno que não sei entender, negamos o mar, negamos a nossa relação com ele, negamos as nossas origens ultramarinas, nossa história de transbordos. Negamos as fazendas marinhas, (possíveis nas enseadas) com imensas criações de peixes e mamíferos marinhos. Negamos a agro-marinha. Negamos o mar, fonte de riquezas como o sal, a água potável, as chuvas, os vegetais comestíveis, proteínas de peixe e mamíferos marinhos, potencial de energia descomunal, depuração ambiental constante, e superfície coberta de três quartas partes do planeta. Essa imensidão não nos interessa? Não acredito. Estamos dormindo?
Solicito às televisões, escolas e outros meios de comunicação, que despertem para o mar. O mar do comercio nacional. O mar do comercio internacional. O mar da pesca. O mar do laser. O mar das criações. O mar do esporte. O mar da energia. O mar das soluções alimentares. O mar do repovoamento. O mar das comunicações entre os continentes. O mar do turismo. O mar da renovação do ar. O mar dos submarinos seres. O mar das relíquias históricas. O mar dos grandes transportes. O mar do petróleo submerso. O mar das cidades flutuantes. O mar das cidades submersas. O mar das minas. O mar evaporado em águas doces. O mar fonte principal das chuvas. O mar das chegadas e das partidas. O mar do hidrogênio. O mar congelado. O mar revoltoso. O mar imenso como o desconhecido dos homens.

Wallace Requião de Mello e Silva.
Para o G 23 de Outubro.
Defendendo o Brasil.

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