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domingo, 17 de julho de 2011

Tradições aeronáuticas do Paraná.

Tradições aeronáuticas do Paraná.

Como dizia Facundo Cabral, cantor e compositor argentino, assassinado na Guatemala em nove de Julho de 2011: “Há tanta coisa bela para se gozar nesse mundo que é uma perda de tempo sofrer”.

No blog, www.maquinasqueeugosto.blogspot.com já pude contar um pouco do inicio da aviação no Paraná. Seu primeiro piloto, a primeira mulher a voar, nossa primeira pilota brevetada, o registro de uso de aeronave como arma de guerra pela primeira vez em toda a América na Guerra do Contestado, e outros fatos curiosos como a visita dos pilotos propagandistas do nazismo ao Aero Clube do Paraná, e ou a visita de Santos Dumont ao Paraná e ainda o surgimento em Curitiba do Primeiro motor aeronáutico do Brasil, o motor Brasil.

Diz-nos, na ANAC, que existem pouco mais de 12 mil aeronaves registradas no país, o que é muito pouco para o nosso imenso território. Só para comparar, a cidade de Curitiba possui um milhão e cem mil veículos registrados A desproporção é muito grande, entre o transporte rodoviário e aéreo. Atribuímos isso à legislação sempre submissa aos interesses internacionais, que impedem no setor o crescimento natural da indústria e dos serviços.

Sempre que falo do Paraná gosto de lembrar que estamos falando sobre uma unidade da federação brasileira que corresponde a apenas 2,6% do território nacional.

Possuímos hoje em nosso território 78 aeroportos (no Paraná) sendo que 43 são públicos e trinta e cinco privados.

A ANAC nos diz que a frota de aeronaves registradas em nosso estado é de 740 aeronaves das quais quarenta e nove são helicópteros. Não seria muito lembrar que destas 11 aeronaves pertencem ao governo do Paraná, das quais sete foram adquiridas pelo governo Requião (PMDB) (um Caravan, dois Ximangos, um pequeno Cesna da Força Verde e três helicópteros).

Proporcionalmente o Paraná se destaca no cenário nacional. Com apenas 2,6 % do território produz perto de trinta por cento de toda a safra nacional, ou seja, trinta por cento do que produz os demais 97,4% do imenso território nacional.

Infelizmente ainda temos pistas de pouso privadas e publicas sem pavimentação o que reduz seu uso principalmente na época das chuvas e a segurança de vôo para determinadas aeronaves. Na verdade seis pistas públicas se encontram nesse estado e 31 privadas carecem de pavimentação. Possuímos dois aeroportos internacionais de porte.

Nossas pistas carecem de Hangares Públicos, que permitiriam o abrigo de mais aeronaves e viabilizariam o surgimento de novos aeroclubes.

Nossa malha ferroviária possui 2670 km, dos quais 260 km foram construídos pelo primeiro governo Requião. Temos hoje 18 hidroelétricas que garante a industrialização do estado, das quais seis foram construídas e inauguradas nos três mandatos do governo Requião (PMDB)

Nossa malha rodoviária possui hoje 261 mil quilômetros, sendo três mil quilômetros federais, 12 mil quilômetros estaduais, e 246 mil quilômetros de estradas municipais.

Temos portos que servem ao Brasil, ao Paraguai e ao nordeste da Argentina.

O Paraná vem lutando para elevar o nível de sua tradição aeronáutica, assim oferece três cursos universitários na área. A Universidade Tuiuti oferece o Curso Superior em Ciências Aeronáuticas, a Universidade do Centro Oeste do Paraná (UNICENTRO) oferece o Centro de Excelência em Aviação Agrícola, e  a Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) o curso de Ciências Aeronáuticas.

O Paraná possui três indústrias aeronáuticas de  porte, todas lutando muito pela sobrevivência. A Tradicional IPE dos engenheiros Boscardim, fundada em 1972 com mais de trezentas aeronaves construídas, a PLANAIR de Ponta Grossa no aeroporto Santana, e a Condor Agrícola montando em Andirá, os aviões agrícolas “Dromedário” da polonesa PZL.

No nosso entender, para dar o impulso necessário à aviação agrícola, precisaríamos torná-los aos olhos da lei todos experimentais para permitir o surgimento de aviões agrícolas nacionais fora do campo restrito da Embraer (reserva de mercado). A construção de Hangares Públicos em pistas estratégicas para a guarda e manutenção de aeronaves agrícolas, e o fomento e incentivo para a construção de aeronaves experimentais para uso restrito às zonas rurais de baixa densidade demográfica. Hoje em todo o Brasil existe apenas o registro de 1044 aeronaves agrícolas. É muito pouco. (os ambientalistas dirão que bom, menos veneno, mas a aeronave agrícola tem outros usos como semeadura, combate a incêndios, e formação de excelentes pilotos de combate) Precisamos de uma nova legislação para o espaço aéreo inferior. Não adianta isentar de impostos a importação de aeronaves, é preciso criar leis que permitam o surgimento de aeronaves nacionais para uso especifico e permitindo o uso do avião por mãos que não sejam das elites.

É preciso liberar a construção de ultraleves em território nacional, incluindo helicópteros de uso pessoal.

O Brasil tem sido pioneiro no uso de combustíveis alternativos, e o Paraná desponta como aviões movidos a alcool, óleo vegetal, e biodiesel. A Usina de São Matheus poderia se especializar na produção de um novo tipo de AVEGAS.

Temos tudo para liderar a aviação de pequeno porte no mundo... Se as “autoridades  brasileiras” deixarem o brasileiro inventor empreendedor voar. E não esqueçam a aviação é proporcionalmente 1400 vezes mais segura que o transporte rodoviário.

Se o transporte aéreo ainda esta longe do alcance do povo brasileiro, imaginem então quanto precisamos fazer para colocar o mar, suas riquezas, sua fauna, seu comercio,  sua energia  eletro cinética ao alcance do povo brasileiro. Temos, vejam vocês:  8.500 quilômetros de costas marinhas, que nos parecem totalmente esquecidas das preocupações de nossos governantes. Se eles não vêem que a prioridade é o transporte de riquezas, sobre tudo de hidrovias e trens de carga, como pensarão sobre as possibilidades de desenvolvimento do transporte aéreo no interior do país, sobre modo no espaço aéreo inferior. O espaço aéreo superior fica para os vôos internacionais e para a alta tecnologia. O espaço aéreo inferior fica para o nosso dever de casa, o fomento e encurtamento de tempo na criação de um mercado interno mais forte, com mais opções, com mais mobilidade, com mais valor agregado. Não nascemos apenas para sustentar políticos e fabricas de automóveis estrangeiras.

wallacereq@gmail.com.



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