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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Só para quem se interessa pela história do Paraná.

( o texto será reescrito)

História dos parentes políticos do governador Requião.
via grupog23 de Grupo G23 em 03/09/08

Dr. Justiniano de Mello e Silva.
(Militante da Imprensa Nacional)
Todos conhecem o adágio: “Santo de casa não faz milagres”. Pois bem, toda vez que levo ao conhecimento do governador um texto sobre algum de nossos antepassados comuns, ele comenta: “bobagem, além de nós ninguém liga para isso”. E eu guardo os textos que mofam nas gavetas. Dessa vez eu insisto.
Parece que Justiniano, e eu, somos “santos de casa”, e não conseguimos vencer as “Resistências” que condenaram o enigmático Dr. Justiniano ao esquecimento e a incompreensão.
Desta feita, farei o inverso. É obvio que todo bom livro de História trás algum testemunho biográfico ou resenhas sobre personagens da vida nacional, portanto as pessoas se interessam sim, tanto pelo passado, como pela história, muito mais, quando pesa sobre uma dada personalidade o interesse de gerações.

Mas nesse artigo eu escrevo especificamente para quem se interessa pela História da Imprensa no Paraná.

O Dr. Justiniano, não é uma pessoa importante na família e para a família, é uma pessoa importante na história do país, um farol, um militante da imprensa nacional, um etimólogo e filólogo, um especialista em história antiga, com artigos publicados no Recife, em Aracaju, em Curitiba, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Córdoba na Argentina. Foi Secretário de Estado da Educação no Paraná, deputado, e declinou de ser o Presidente da Província do Maranhão para onde fora indicado.( ver Maria Nicolas).

Então quem ( além de familiares) nos dá testemunho do saber desse sergipano e curitibano por opção?

Podemos começar por Osvaldo Pilotto, Ernani Costa Straube (Em “Do Licêo de Coritiba ao Colégio Estadual do Paraná”) David Carneiro; deputado Alencar Guimarães (em Anais da Câmara Federal, 1905); Ermelino de Leão, Darío Velozo, Leôncio Correa, Albino Silva, Domingos Nascimento, Silveira Neto, Antonio Braga, Emiliano Perneta, Candido Lopes (proprietário do primeiro jornal do Paraná, (já havia falecido em 1871, portanto o famoso jornal deveria ser dirigido por Jesuíno Lopes, filho de Cândido quando Justiniano ali escreveu); (o Dezenove de Dezembro funcionou até 1897), Rosy de Sá Cardoso, Maria Nicolas ( Cem anos de vida Parlamentar), Julia Wanderley Pretrich, Cecília Westephalen, Temístocles Linhares. No Sergipe o escritor Jeson Barreto, o jornalista Acrísio Torres (Gazeta do Sergipe 31 de Maio de 1977), o historiador Luiz Antonio Barreto, o histórico e famoso, deputado federal Fausto Cardoso (Jornal do Sergipe 16/11/1905) e Rollemberg Dantas ( prestigiado escritor sergipano). Em Pernambuco o famoso e histórico escritor Sylvio Romero que escrevia com Justiniano no jornal “A Crença” do Recife em 1870. No Rio, o célebre Jackson de Figueredo (em “Inquietação Moderna”, 1922, Editora Centro Dom Vital). Em Porto Alegre e Córdoba, fico devendo, infelizmente ainda aguardo correspondência de pesquisa que encomendei. ( ao Centro de Estudos do MERCOSUL e à Biblioteca Publica de Porto Alegre...gauchos preciso de ajuda!).

Dr. Justiniano de Mello e Silva estudou Direito no Recife, e Ciências Sociais em Córdoba na Argentina, (1875). Foi lente de inglês no Ateneu Sergipano, Diretor do Ginásio Paranaense e do Instituto de Educação, Inspetor Geral de Ensino Público, Secretário de Educação no governo de Lamenha Lins, deputado em (4) legislaturas ( bianauais), funcionário do Ministério da Fazenda, Diretoria de Rendas Internas no Rio de Janeiro. Faleceu em Colatina no estado do Espírito Santo. Colaborou com o jornal “A Arte”, um periódico publicado pela Escola de Desenho Arte e Pintura de Antonio Mariano de Lima (1888) onde escrevia com Pâmphilo de Assunpção, Emiliano Perneta e João Pereira Lago. Colaborou com a Revista Azul (1892) de Leôncio Correia, onde em diversos números publicou a serie “O amor materno e a educação dos instintos”. Foi o iniciador da cadeira de Pedagogia no Paraná (Maria Nicolas pg 130). Fundou redatoriou e bem orientou no Paraná, alguns jornais: O 25 de Março (1876); O Paranaense (1879); O Jornal do Comércio (1883); O Sete de Março (1886/89). Além de matérias esparsas deixou livro de poesia; Leis da Educação; Direito Constitucional; História da Revolução no Paraná (1894); Fetichismo e Idolatria; e um tratado filosofico-hitórico ( dois volumes 1400 páginas). Sua mais importante obra foi “Nova Luz Sobre o Passado”, dois volumes, de 700 paginas cada, (Imprensa Nacional, Rio, 1905), cuja obra foi uma das ultimas paixões de Paulo Leminski que a encontrou incompleta na biblioteca do Instituto Neopitagórico.( eu tenho a obra completa).

É Ermelino de Leão, e posteriormente Maria Nicolas que registram sua passagem pela imprensa gaúcha, cujas provas textuais estou pesquisando. Seu diploma da Universidade de Córdoba encontra-se em Curitiba em poder de parentes: “Doutor em Ciências Sociais e Jurídicas, 1875”. Era membro do Colégio Abolicionista Paranaense, cujo discurso histórico está registrado no Boletim do Arquivo Público do Paraná.

Julia Wanderlei ( historiadora) nos conta que foi ele, no comando da educação do estado, que autorizou às mulheres a matrícula no curso “Normal” anteriormente somente reservada aos homens, em resposta a uma solicitação dela, Julia Wanderlei, e de outros professores, como ela, seus ex-alunos (1890? Aqui há uma dificuldade, segundo Ernani Straube em 1890, era inspetor geral de ensino o Padre Alberto José Gonçalves, Justiniano ocupou, pela segunda vez a posição, somente em 1891/92, a primeira em 1876). Foi defensor da Escola Publica.
David Carneiro (que foi deputado numa mesma legislatura que Justiniano) chega a confessar que em dado período, a intelectualidade paranaense não tinha outra fonte sobre a História Universal se não as aulas, a biblioteca e artigos do Dr Justiniano.

Dr. Justiniano foi Fundador do Partido Operário do Paraná, o primeiro partido Operário do Brasil, cujo estatuto foi publicado no jornal Sete de Março de 28 de Junho de 1880 no número 113. (tenho copia do Original e publicarei).

Foi poeta simbolista. Publicando em “O Cenáculo” e recebendo critica consagradora de Andrade Muricy. (Gazeta do Sergipe 15 de Dezembro de 2003). Também pudemos encontrar em Serafim Vieira de Almeida (Antologia dos poetas Sergipanos 1939) pequena biografia de Justiniano. Já o autor Sylvio Romero, em “Parnaso Sergipano”, procurou classificar Justiniano entre os “condoreiros” somando-se a José Jorge de Siqueira e Pedro Moreira.

O mais curioso é a afirmação encontrada no “Diccionário Bibliographico Brazileiro”, edição de 1899, (mil oitocentos e noventa e nove), volume V pagina 273/274 de Augusto Victorino Alves Sacramento Blake, que diz textualmente: “Justiniano de Mello e Silva: Filho do advogado Felix José de Mello e Silva, o antigo secretário de Frei Caneca, na patriótica revolução pernambucana de 1817, e de dona Alexandrina de Mello e Silva (...)”. Embora essa informação seja também assinalada pela historiadora Cecília Westephalen, eu considero uma curiosidade que precisa de melhor investigação pela dificuldade de datas. Eu particularmente acredito que, trata-se do pernambucano Luiz de Mello e Silva, pai de Felix de Mello e Silva, que por sua vez era pai de Justiniano de Mello e Silva. ( há uma publicação da Block, que faz referência a Luis de Mello e Silva, embora eu não a tenha econtrado).

No plano internacional encontrei dois interessantes testemunhos: Em Revista de Domingo, periódico de Aracaju, quatro de Agosto de 1974: em Antigüidades Brasileiras, existe uma referência sobre uma citação dos trabalhos de Justiniano pelo professor austríaco Ludivico Schwenhagen, doutor em Filosofia pela Universidade de Viena, que escreveu em Belém, “História Antiga do Brasil”. Outra noticia curiosa encontramos em “Justiniano de Mello e Silva, Filosofo e Historiador” de autoria do Dr. Luiz Carlos Rollemberg Dantas onde leremos na pagina 262: “Certa vez ouvi, (...) que Oswald Spengler, o grande historiador alemão, já conhecendo o primeiro volume de “Nova Luz Sobre o Passado” mandara procurar por intermédio da Biblioteca Nacional, os volumes seguintes (...)”. Finalmente, há sobre essa obra, um breve estudo (20 páginas) de autoria do grande Farias de Brito.

Para fechar o artigo quero citar as palavras de Osvaldo Pilotto em “100 Anos de Imprensa no Paraná”: “O Dr. Justiniano de Mello (...) era considerado sábio em consideração aos seus vastos conhecimentos filosóficos, sociais e da história. Foi professor e homem de imprensa em sua terra natal. Militou no jornalismo quando residente no Rio Grande do Sul. Teve atuação de destaque como educador na vida paranaense”. (“BIHGEP volume XXIX, 1996 pagina 13 e 14)”.

Não ouso aqui qualquer julgamento de valor sobre a vasta obra de Justiniano, porque somente agora, vou criando embasamento para analisá-la e vou tomando mais contacto com seus textos. Quem sabe no futuro.

Finalmente, ele foi casado com Tereza Paiva de Mello e Silva ( ela natural de Pernambuco) com quem teve nove filhos: Cândido; Adolfo, Ocean, Plutarco; Justino, Wallace, Alfiere e Otacília. Apenas o Cel.Wallace e Dr. Cândido de Mello e Silva ( companheiro de Oswaldo Cruz) permaneceram no Paraná. Dos irmãos de Justiniano ( filhos de Felix) conhecemos apenas os nomes de Martiniano, e Maximiliano de Mello e Silva. Ao voltar para o Sergipe em 1897/98, tornou-se Lente de Filosofia e História Universal no Atheneu Sergipano, onde já fora, anteriormente, Lente de Inglês em 1871. Após rápida passagem pelo interior de Minas Gerais (cidade de José Pedro onde um dos seus netos foi prefeito), faleceu no Espirito Santo ( 1940) na Clinica do Dr Justiniano de Mello e Silva Neto (seu neto, e médico, que também, curiosamente, foi prefeito em Colatina ES).

Uma rápida pesquisa dos nomes que dividiram o legislativo com o Dr Justiniano nos dá uma idéia das suas relações sociais, e do seu prestigio diante da Comunidade Curitibana e Paranaense. Vejamos então:

Biênio 1878/1879:
Antonio Ricardo dos Santos
Enéas de Paula
Bento Florêncio Munhoz
Francisco Portugal
Franco do Valle
Jordão Pedroso
Leocádio Correa
Taborda Ribas (substituído por Justiniano)
Manoel Eufrásio Correa
Manoel Ferreira Ribas Ten. Cel.
Olegário Macedo e outros menos conhecidos (MN pág.129)

Biênio 1882/1883, foram deputados com ele:
Barão do Serro Azul
Santo Andrade
Comendador Araújo
Generoso Marques
Telêmaco Borba
Manoel Eufrásio Correia
Trajano Reis
Frederico Virmond
O Barão de Guarauna ou Guarapuava (Domingos Ferreira Pinto)
E outros menos conhecidos. (MN pág. 141).

Biênio 1896/1897 foram deputados com ele:
Vicente Machado
Alencar Guimarães
Leôncio Correa
Candido Muricy
Frederico Virmond
Francisco de Moura Brito
Lamenha Lins
Benedito Carrão (Gazeta Paranaense)
Almeida Sebrão e outros menos conhecidos. (MN pág.215)

Justiniano “O VELHO” é bisavô, pela linha paterna, do governador Roberto Requião de Mello e Silva.


Wallace Requião de Mello e Silva.
(pesquisou e redigiu para o G 23)

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