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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Rosalina

Rosalina, uma mulher de verdade.

Há coisas bonitas de se ver;
Há coisas agradáveis de escutar;
Há coisas prazerosas de se contar.
Rosalina é uma mulher de valor e com sólidos valores. Mora na Região Metropolitana de Curitiba. Para você ter uma idéia agüentou um marido alcoolista por trinta anos ate que, milagrosamente parou de beber. Sim a bebida deixou seqüelas, mas como ela mesma diz quem passou fome por longos anos, um pedaço de pão ázimo nos parece doce como mel.
Essa longa e paciente perseverança mostra a fibra e o valor da mulher.
Chegou o plano de anti-pó de uma das prefeituras. Pararam os caminhões, as máquinas, os homens. Ela da murada ouvia e via o movimento, curiosa como os demais visinhos. Foram eles que haviam mobilizado as assinaturas dos moradores, e enfim assistiam a obra chegar.
Ela ouviu quando o engenheiro dizia ao encarregado: temos um problema, não há um só restaurante na região.
Oi moço, por favor, chega aqui. Eu ouvi o senhor reclamar que não há restaurante por aqui... Quantos homens são? Trinta e cinco respondeu o homem.
Se o senhor me der os tickets deles, eu me encarrego do almoço.
Senhora são trinta e cinco homens esfomeados. Pode deixar, retrucou a mulher... Mas tem uma coisa, eu quero que fechem a valeta em frente a minha casa, e que neste quarteirão tenha meio fio. O homem sorriu, pois a obra previa isso tudo, e fechou o acordo.
Naqueles meses de trabalho era bonito de ver aqueles homens chegarem, tirarem suas botas sujas, lavarem os pés na torneira do jardim e depositarem seus chapéus plásticos coloridos como se fossem tartarugas sobre a grama, e entrarem descalços para sentarem às mesas emprestadas das vizinhas.
Sim, diz ela, era agradável ouvir as piadas e provocações e brincadeiras daqueles homens. Era bom de ver o apetite de homens exaustos pelo trabalho no sol forte e era prazeroso lhes contar um ou outro causo, e ver com que atenção e respeito ouviam as histórias de uma mulher já madura.
Mas Rosalina não deixava barato, e ia dizendo. Caprichei no feijão e no frango, vê se em troca vocês melhoram a colocação daquela manilha e o alinhamento daquela pedra. Conforme eles iam caprichando no serviço, mais ela caprichava no almoço. Criou-se um clima de paz imposto por essa mulher cristã católica, um clima familiar e de amizade que muitos ali, nunca haviam vivido em suas casas.
Passados tantos anos, o anti-pó da vila se degradou; as manilhas, algumas, pela erosão já se desalinharam, e houve mesmo ruas da vila que nunca as receberam, mas defronte a casa de dona Rosalina o asfalto não se corrompeu, as pedras do meio fio estão intactas, e as manilhas permaneceram ordenadas cumprindo sua missão por debaixo de bonita calçada.
Rosalina tem orgulho da obra que ela mesma, sim, pessoalmente e diariamente supervisionou, tratando cada um daqueles operários como filhos e ensinando-os a terem responsabilidade social em seus trabalhos. E conseguiu, ao menos no trecho onde seus olhos diariamente cuidaram.
Pois é a vida. Tudo nos ensina a melhorar. Se você procurar defeitos de caráter em dona Rosalina, haverá de encontrar, se procurar defeitos naquela quadra onde mora Rosalina, haverá de encontrar. Se você procurar defeitos nesse texto também haverá de encontrar. Se procurar defeitos no plano de anti-pó daquela prefeitura, haverá certamente de encontrar. Como se diz na fala do povo: quem procura acha. E quem procura defeito, acha defeito, torna sua vida amarga e a perfeição algo inatingível. O que nos manda a sabedoria é procurar um equilíbrio entre os defeitos e as virtudes.
Pois então é mais sábio procurar coisas bonitas de se ver, agradáveis de ouvir, prazerosas de se contar. Isso gera reflexão saudável e alegria de viver. Não significa esconder ou se omitir diante dos defeitos do mundo, mas apenas significa aprender a valorizar o que de bom tem sido feito no tempo. É melhor a cada mesa servida, servir a gratidão de viver. A mesa farta e generosa, saboreada na paz de Cristo faz o milagre bíblico acontecer. Lá você lerá: Dê você mesmo de comer a eles ( os que estão sob sua responsabilidade) e verás o milagre acontecer.
Cristo é. Verdadeira comida e verdadeira bebida.
wallacereq@gmail.com


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Um comentário:

  1. Caro Wallace,

    Não é à toa que lembrei de você ao ler essa pérola do Tenessee williams:

    "A memória permite inúmeras licenças poéticas. Ela omite alguns detalhes; outros são exagerados, de acordo com o valor emocional envolvido no tema, porque a memória está assentada predominantemente no coração."

    Bom fruir dessas narrativas, encharcadas de paixão pelas coisas simples, que no final das contas, são as essenciais.

    Abraço!

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