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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porto, lembrando o passado.

Relembrando a explosão no navio Vicunha.

Wallace Requião de Mello e Silva
Um pequeno barco pesqueiro naufragou na baia de Guaratatuba. Eu te pergunto que conseqüência ecológica teria o derramamento de um dedal de Q-Boa em uma piscina olímpica? Seiscentos litros de óleo diesel diluído ou não na baia de Guaratuba representam proporcionalidade infinitamente maior. É um nada diante do volume de águas na baía. As barcas de transporte de veículos operando naquela baia, por dia, lançam mais óleo do que isso no mar. Mas fazemos disso um drama.
Eu me pergunto o que faz com que a mídia, de maneira orquestrada faça oposição aos homens de bem. Não digo aos homens perfeitos, digo aos homens de bem, aqueles que se inclinam na defesa do bem público.
Quando o navio Vicunha explodiu no terminal privado da empresa Catallini, fora do porto Publico de Paranaguá, os jornais de maneira orquestrada quiseram impor responsabilidade à administração da APPA. Um acidente como uma nau privada, num terminal privado, sob seguro privado, causa um transtorno que deveria ser resolvido por privados, mas como sempre acaba por ser resolvido pelo poder publico. A parte difícil, e cara, sempre fica repassada ao poder público. Também o onus pólitico. No caso da Amazônia por exemplo, não ha ninguem fiscalisando as grandes mineradoras e seus impactos ambientais, elas são privadas.
Se os jornalistas tivessem ido aos arquivos de seus jornais teriam visto que a empresa Catallini não é dada a exercer responsabilidades técnicas. Em 11 de maio de 1999 (gestão Jaime Lerner) a Catallini foi apanhada, por causa de um vazamento em um caminhão, armazenado quatro mil toneladas (quatro. milhões de quilos) de Acrilato de Butilla, material altamente toxico que a empresa não estava autorizada a transportar ou armazenar. Os jornais foram “caridosos” com o fato que acusava flagrante irresponsabilidade e crime.
Em seguida, podemos ler em diversos jornais, a noticia do incêndio pavoroso ocorrido no porto em 29 de 12 de 2000 (gestão Jaime Lerner) onde 4 mil metros quadrados do deposito Klabin Celulose e Papel foram totalmente destruídos juntamente com alguns milhares de toneladas de papel e madeira que estavam ali estocados. Nada de CPI, nada de acusação na Assembléia Legislativa, nada de ação ou protestos de ambientalistas, apenas um acidente de causa desconhecida, diziam os jornais. Osires Sthengel Guimarães dizia à época que o Estado do Paraná sofrera um prejuízo de 2,5 milhões de reais, pois o Armazém pertencia à autarquia do porto e estava arrendado àquela empresa. A Klabin pagou ao governo o prejuízo? Havia algum seguro? O que foi construído sobre a área?
Logo depois lemos no jornal Primeira Hora e também em outros jornais do Paraná como Gazeta do Povo, que em dezessete de dezembro de 2001 (gestão Jaime Lerner que gestionava a total privatização do porto desde 1997) explodiu um armazém de grãos da empresa Coimbra causando 13 vítimas. O estrago foi gigantesco e Luiz Henrique Rossi da Multinacional Coimbra tentou passar a responsabilidade para a Administração do porto que estava sob a responsabilidade de Luiz Ivan Vasconcelos. Cinco mil toneladas de grãos sumiram ou queimaram. Não ouve CPI, drama ambiental, nem maiores acusações, tudo foi considerado um acidente. O que foi construído posteriormente sobre aquela área? O que aconteceu com aquelas cinco mil toneladas de soja?
Menos de três meses depois (três de fevereiro de 2002, gestão Jaime Lerner que como já dissemos queria a privatização total do porto) houve outra explosão de grandes proporções. Cinco Vagões da America Latina Logística (a nova “dona” da estrada de ferro federal) transportando 30 mil litros de óleo diesel explodiram na entrada do porto de Paranaguá. Não houve protestos de ambientalistas, nem grande drama ambiental como podemos verificar nas noticias dos jornais à época. Não houve ameaça de CPI na Assembléia, foi mais um "pequeno" acidente ocorrido entre privados na intimidade dos negócios entre sócios.
Quanto ao navio Vicunha, navio chileno, que explodiu em terminal privado, alguém se dignou perguntar se o navio estava condenado, ou no seu limite de uso, ou, ao menos, se havia alguma vantagem em termos de seguro? O “drama” foi total. A imprensa massacrou a Administração do Porto, e por quê? Não havia motivo.
Todavia, igualmente, nesse governo, ano passado, inexplicavelmente, tentaram afastar o Superintendente do Porto dada a uma pomba supostamente encontrada morta em um armazém que seria vistoriado pelos deputados, e milimétricos cocos de ratos também supostamente encontrado em um silo que acabara de ser varrido para receber os eméritos deputados do Paraná. Ora, Ora, esses ratinhos ao estilo Tom e Jerry, pregam cada peça na gente, peças quase cinematográficas, e em cima deste cenário digitalizado, até uma CPI outros tentaram. Que escândalo Para uns casos, a miopia, quase cegueira, para outros a lupa de aumento. Também não estou criticando a atuação do IAP, que tem sido incrementada a cada ano, embora eu não concorde com a sua filosofia. Alias, para quem não sabe o IAP e a Secretaria do Estado do Meio Ambiente foram criados no Governo passado de Requião.
Quando me derem oportunidade eu poderei contar à relação que vejo entre esses acidentes e suas conseqüências positivas para os grupos que se beneficiaram deles. Infelizmente há pessoas que se beneficiam de acidentes, ainda que eu deva admitir, pelo que li nos jornais, que eles parecem ter ocorrido como verdadeiros acidentes, imprevisíveis, como imprevisível foi o ocorrido com o navio Vicunha na festa de Nossa Senhora do Rocio.
O que me espanta é os dois pesos e duas medidas da Imprensa.

Wallace Requião de Mello e Silva.

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