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segunda-feira, 9 de abril de 2012


A “História da Filosofia” é pura convenção.

Se vocês leram o meu perfil, viram que eu sou licenciado em filosofia pela UFPR. Isso não quer dizer muito, nem o que escreverei aqui é algo novo ou revolucionário que exija apurada formação como um doutorado ou PHD por exemplo.

Direi coisas simples, para pessoas simples e inteligentes pensarem e não se deixarem iludir. Digo isso, pois a massa de “conhecimentos filosóficos” podem reprovar candidatos em concursos ou em cursos de formação, quando muitas vezes eles não passam de meras convenções repetidas à exaustão e de valor histórico duvidoso.

Vamos começar com um exemplo emprestado da cartografia.

Quando geógrafos, cartógrafos e Kosmógrafos (astrônomos) criaram por convenção o sistema de coordenadas geográficas, criavam uma realidade técnica, mas não uma realidade concreta. Os meridianos e paralelos são linhas imaginarias, não realidades físicas, concretas e objetivas. No entanto essas convenções criaram uma linguagem única que permitiram em muito o desenvolvimento da navegação marítima, aérea e espacial. Do mesmo modo, quando por convenção, Greenwich tornou-se o meridiano zero, isto condicionou a cartografia a mostrar a imagem 99% das vezes de um “mapa mundi” tendo a Inglaterra como centro. Ora isso necessariamente não precisava ser assim. Poderíamos ver o mundo tendo a Índia, a Antártida, o Japão como o centro cartográfico. Assim as deformações das projeções cartográficas nos dariam outra ideia das verdadeiras dimensões territoriais dos continentes. A Rússia não nos pareceria tão grande. O Brasil seria graficamente maior que os EUA (o que é real) e outros preconceitos geográficos seriam derrubados, como o abusivo tamanho gráfico do Canadá, por exemplo.

Na história da filosofia, algo de muito parecido aconteceu. Convencionou-se que a paternidade da filosofia como ciência divorciada da religião teve sua origem na Grécia Antiga. Assim a Grécia tornou-se o meridiano zero da história da filosofia, um Greenwich do pensamento filosófico. Com isso temos uma “linguagem” acadêmica que pode sim ter ajudado muito a entender o pensamento filosófico, no entanto não representa uma verdade objetiva, nem é fato histórico concreto e objetivo. Pior, como na cartografia ocorrem distorções cartográficas aumentando ou diminuindo áreas, na filosofia esse fenômeno deforma o pensamento sobre a importância e o status de cada escola diante da visão de historiadores repetitivos de antigos preconceitos.

Por exemplo: se aceitamos o Greenwich filosófico, encontraremos como lugar comum e marco zero, o filósofo grego Pitágoras do século VI AC, como autor da palavra Filosofia, entendida como amigo da sabedoria ( filo = amizade e sofoi = sabedoria). Aparentemente a filosofia que é a busca da sabedoria e a construção de cosmo visões explicativas da verdade e da realidade, hoje entendida como ciência de todas as coisas pelas suas causas mais elevadas, adquiridas à luz natural da razão, teve outras fontes, outros meridianos zero, outros paralelos e outras datas, o que enriqueceria em muito a História da Filosofia, e o verdadeiro registro do pensamento humano.

É obvio que quando estamos falando em história da filosofia estamos falando do testemunho escrito destes sistemas filosóficos. Caso contrário estaria falando da pré-história da filosofia, objeto da investigação histórica que diz respeito à busca da sabedoria pelos homens de tempos iletrados (de ontem e de hoje), cujas pistas históricas nos são reveladas pelas ciências investigativas afins, como antropologia cultural (investigação da indústria humana) a paleontologia comparada, a arqueologia, o estudo de mitos vivos em povos que desconhecem a escrita. Nesse período, é obvio existiam filósofos anônimos que contribuíram para a evolução do pensamento humano. Mas foi justamente a escrita que determinou a convenção de atribuirmos à Grécia o meridiano zero da Filosofia. Todos por convenção aceitam a História da filosofia na Idade Antiga período do século VII AC ao século III AC (tais como: a Filosofia helênica; Pré-socráticos, como a Escola Jônica, Heráclito de Efeso, Pitágoras, Escola Eleatica e finalmente os Pluralistas). Pouco depois a filosofia Helenistica-Romana tais como o Epicurismo o Estoicismo, o Pirronismo, o Cinismo, o Ecletismo e o Neo Platonismo. E por que o fazem? Pelo conhecimento da língua grega e do latim. E desconhecimento da língua de outros sistemas como o africano- egípcia (hieróglifos), o Mesopotâmico (cuneiforme) o Hindu e Chinês (ideogramas). Assim após o Império de Alexandre e o Inicio do Império Romano que dilatou essas duas culturas amplamente no mundo conhecido, resultou que o cristianismo e os amanuenses (* monges católicos) copilaram e arquivaram esses chamados clássicos gregos e romanos, fazendo deles o Marco Zero, a linha inicial, o Greenwich da Filosofia. Mas quase 2000 anos antes, muito mais aprofundados no tempo, existiram sistemas filosóficos complexos, embora desconhecidos dos impérios, que eram verdadeiras óticas diferenciais do pensamento humano. Contemporâneo da História Antiga da Filosofia grega, por exemplo, encontramos Buda, na Índia, como um sistema filosófico complexo que não era religião; embora como Pitágoras reconhecesse que a Sabedoria é como que a inteligência de Deus operando sobre tudo.

O desconhecimento da escrita antiga e a criação dessa convenção do Greenwich grego afastaram de vez sistemas filosóficos portentosos, ainda hoje pouco estudados pelo mundo “Ocidental”. Alias, fica aqui a critica, mesmo os autores gregos são pouco estudados, nós nos limitamos a repetir citações. Você que esta lendo me diga o nome de três professores de Filosofia que leram no original (escrita grega dos séculos VII ao III AC) de autores Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, Heráclito, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo e Demócrito, Protágoras e Górgias, ou Epícuro, ou Zenão de Citio, ou Diógenes ao menos. Não, eles não leram. Nós não lemos. Mesmo durante o Renascimento os chamados círculos Platônicos liam traduções da Igreja, que foi quem preservou os textos clássicos. Não conhecemos o Grego dito Clássico, não temos um preparo para um estudo linguístico comparado para saber o exato conceito de cada palavra, portanto repetimos citações sem fim ao sabor das ideologias dominantes do momento. Nada mais.

Assim ficaram como que esquecidos de nossas navegações históricas sobre a Filosofia filósofos como Ptah-hotep egípcio, que viveu a mais de 5000 anos atrás. O autor anônimo do Livro dos Mortos, os filósofos anônimos da Bíblia, o pensamento caldeu, o persa,  o pensamento hindu dos Upanishads, os chineses como Teng Shih, Lao-Tze, Mo-Ti, Confúcio ( Kung-Fu-Tze);  o que vemos então, e vemos claramente, que aqui também, embora façamos citações eruditas, praticamente ninguém estudou os originais desses autores milenares, nos seus conceitos e significados originais, e cometemos, logo nós que somos amantes da Sabedoria e da VERDADE, o mesmo erro do superficialismo, e hipocritamente exigimos de nossos alunos “ verdades decoradas” que sequer nós mesmos, sabemos se podemos tomá-las como tal. Ou prová-las como fatos históricos.








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