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sábado, 9 de fevereiro de 2013

A questão das investiduras leigas (1).


A questão das investiduras leigas (1).

Eu não sou a melhor pessoa para escrever sobre o assunto. Faltam-me alguns pressupostos históricos, todavia vou tentar.

Se tomarmos apenas o período histórico como campo de observação, notaremos que todos os povos que registraram suas histórias nos contam que um pequeno punhado de homens governou e se privilegiou sobre os demais mortais. Essa afirmativa pode ser bem observada em comunidades primitivas ainda existentes entre nós, que embora não tendo escrita, podem testemunhar ao vivo, com as narrativas de suas lendas e com a sua pratica social que essa; é uma verdade universal.

A lição que tiramos disso é que a democracia é um mito. Mesmo a democracia grega na sua forma original, não era uma democracia, pois a definição de povo era bem distinta da que temos hoje. Nela não votavam os submetidos, os escravos, as mulheres, por exemplo.

Outro dia eu assisti a um filme muito bem feito como toda grande mentira, que dizia que os povos anglo-saxões foram os guardiões da democracia, e onde eles recuaram a tirania se impôs. Que aberração. Os ingleses, por exemplo, em nome do mito democrático ocuparam a Índia, a China, boa parte da África, a Austrália e o Canadá, os EUA, alguns territórios insulares e alguns territórios sul-americanos. Como vemos essa era uma democracia muito particular exercida pelos Reis e Lordes ingleses.

Visto que nunca em período algum, nem no socialismo, nem no comunismo houve o governo das maiorias, posso dizer que o mundo livre é um mito que tem servido aos “donos do mundo”. Posto assim, voltamos ao assunto das investiduras.

Deste a mais afastada antiguidade histórica, os dons humanos, como a beleza, a musica, a matemática, a escrita, o canto, a liderança, a bravura ou uma força física destacada ou ainda uma inteligência destacada eram e são atribuídas a Deus. Ou se preferirem aos deuses. Assim os antigos egípcios se intitulavam filhos de deuses. Os bárbaros também se explicavam assim, os Romanos desde Rômulo e Remulo se autodenominavam “eleitos”. O judeu Idem. Ou seja, qualquer dom especial era uma dádiva de Deus entregue a um homem para o exercício de uma missão especial. Assim surgiam as lideranças de governo e guerra, e as lideranças digamos espirituais e ideológicas. As primeiras na maioria das culturas antigas se transmitiam pelo sangue, ou seja, Deus investia de autoridade e essa autoridade se transmitia pelos laços de parentesco. Tudo muito conveniente.

Já as lideranças espirituais, foram se separando do comando direto das gentes, mas se tornariam fontes de comunicação com os deuses, portais celestes, pontes, porta vozes dos atos futuros, isso em todos os povos e assim influíam indiretamente no comando faz gentes. O governo de um lado e a magia, a interpretação, a premunição, a profecia e a intercessão junto a Deus do outro lado. Todavia como já vimos, em ambos os ramos eram consideradas investiduras divinas. Não parece difícil perceber que governantes ousaram sobre os magos e os magos sobre os governantes, ou seja, o poder temporal e o poder espiritual se digladiaram muitas vezes. Numa guerra, por exemplo, as fés e crenças, ritos e magias de dois povos que lutavam combatiam tanto quanto os interesses ditos mundanos e as armas, na verdade é difícil separar esses interesses. As investiduras religiosas se transmitiam em geral pelos ritos iniciáticos.

A segunda lição que tiramos é que os grupos humanos que se submetem aos poucos governantes de sempre o fazem de três formas principais. Pelo medo da força militar de seus governantes (isso gera subservientes, escravos, abúlicos) ou o fazem pela inteligência de seus governantes, pelos mitos e ilusões criadas por esse poucos homens (isso gera fanáticos, fieis, súditos, etc.) e finalmente pela simbiose (ou seja, pela conveniência ou troca de favores e satisfação de necessidades () nesse sentido eu gostaria que vocês lessem uma antiga bula Papal sobre a Origem do Estado Cristão editora Vozes).

Então como vimos os donos do poder temporal transmitiam poder, e os donos do poder espiritual transmitiam poder e a isso se chamava investidura, a investidura leiga e a investidura religiosa. Mas como vimos acima, houve períodos em que lideres religiosos investiram Reis, e Reis houve que investiram religiosos, mostrando que nesse campo da investidura de poder nem sempre se respeitou a hierarquia de poder, o campo de poder, ou a legitima transmissão de poder, segundo a historia de diversos povos que nos dão o testemunho necessário. Os dois poderes disputaram o poder sobre o povo. Hoje o poder econômico, ou terceiro poder, sem pátria, território, ou povo cria muito mais ilusão e muito mais sutilezas no governo das massas. E manipula a ilusão democrática com uma maestria sem par, cuja coroação virá quando o voto eletrônico estiver implantado no mundo todo, e for facultativo, ai sim, a democracia enquanto governo das maiorias estará definitivamente soterrada, embora o que é espantoso a universalidade dos homens estará iludida de que finalmente a democracia existe. Pura ilusão. Quanto maior a ilusão maior a escravidão.

Mas nossa intenção é falar da investidura leiga no cristianismo. Se o que nos está posto acima já nos serve como introdução, a coroação ou investidura de Saul como Rei dos israelitas parece ser um resumo histórico de tudo o que já falamos e mostra claramente a fusão dos dois poderes, o espiritual e ideológico e a força. O povo (no caso os chefes das tribos e anciãos?) desiste da teocracia em que vivia (exercida diretamente por Deus através de um ou outro mensageiro, Profetas e Juízes) e pede um rei, e o pedem segundo as escrituras (Samuel 11- 19), para ser como os outros povos, liderados temporalmente, organizados em um estado de coisas em que o poder de mando se transmitisse pela investidura leiga, temporal e hereditária. É obvio que essa não foi uma necessidade popular, mas de uma necessidade de comando, de submissão e de domínio dos chefes.

Samuel lhes diz sobre Saul:  "O rei que reinará sobre vocês reivindicará como seu direito o seguinte: ele tomará os filhos de vocês para servi-lo em seus carros de guerra e em sua cavalaria e para correr à frente dos seus carros de guerra.

12 Colocará (investirá) alguns como comandantes de mil e outros como comandantes de cinquenta. Ele os fará arar as terras dele, fazer a colheita e fabricar armas de guerra e equipamentos para os seus carros de guerra.

13 Tomará as filhas de vocês para serem perfumistas, cozinheiras e esposas.

14 Tomará de vocês o melhor das plantações, das vinhas e dos olivais e o dará aos criados dele.

15 Tomará um décimo dos cereais e da colheita das uvas e o dará a seus oficiais e a seus criados.

16 Também tomará de vocês para seu uso particular os servos e as servas, e o melhor do gado e dos jumentos.

17 E tomará de vocês um décimo dos rebanhos, e vocês mesmos se tornarão escravos dele.

18 N­aquele dia, vocês clamarão à Deus por causa do rei que vocês mesmos escolheram, e o Senhor não os ouvirá".

19 Todavia, o povo (?) recusou-se a ouvir Samuel e disse: “ Queremos ter um rei”.

 

wallacereq@gmail.com

 

 





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