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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Alcool na Amazônia.

Uso do Álcool na Aviação de Pequeno Porte na Amazônia.

Wallace Requião de Mello e Silva.

O combustível alternativo tem sido uma realidade e um objetivo perseguido desde o inicio da aviação.
Anésia Pinheiro Machado e Thereza di Marzo foram às primeiras aviadoras do Brasil.
Anésia em seu histórico vôo comemorativa da Independência do Brasil, realizado em 1922, nos mostrava que de fato a aviação desde seu inicio usou, e pesquisou alguns combustíveis alternativos. Anésia com o seu Caudron G3, utilizava óleo de rícino (oriundo da mamona em solução alcoólica) como combustível em seu avião equipado com motor rotativo francês Gnome- Rhôme remanescente da Primeira Guerra Mundial (1918).
O óleo de rícino, numa solução alcoólica, é largamente usado no aeromodelismo. O aeromodelismo, longe de ser brincadeira de crianças, por sua vez, tem apontado soluções tecnológicas revolucionárias para o uso experimental da eletricidade como força motriz de aviões.
O uso do álcool combustível e dos óleos vegetais (castrol) também não é novidade na aviação. Na verdade parece que são mais utilizados na lubrificação de reatores (turbinas) do que os derivados do petróleo e os óleos sintéticos. Na obra inglesa, “Internal Combustion Engines” versão em espanhol “Motores de Combustión Interna” Libreria Y Editorial Alsina 1953, vemos em seu texto que muito antes da Segunda Guerra se experimentou o diesel, o gás natural, o benzeno, os álcoois, o querosene, o nitrogênio, o hidrogênio e os óleos vegetais, como combustível experimental em maior ou menor grau de viabilidade para o uso comercial aeronáutico. O uso civil do álcool na aviação começou tudo indica, nos primeiros vôos árticos e siberianos e desenvolveu tecnologia própria que faz corar de vergonha os modernos automóveis a álcool incluindo os turbo alimentados. Portanto é preciso que se lembre agora, quando o norte-americano, professor Max Shauck, do Texas, que vendeu um de seus aviões a SOPRAL (extinta sociedade de produtores de açúcar e álcool brasileiros) e anuncia na revista Quatro Rodas a travessia do Atlântico com o seu avião movido a etanol (álcool oriundo da fermentação orgânica - biomassa), esqueceu-se ele de que essa pratica remonta aos anos 1938 no esforço feito para desenvolvimento de tecnologia para o uso aeronáutico militar do álcool da beterraba (Inglaterra) e da batata (Rússia).
Todavia a grande novidade é que o álcool (etanol) e o gás natural (metano), talvez sejam dados a facilidade de obtenção na região, as duas grandes opções para a aviação civil de pequeno porte na Amazônia. O Proálcool, da Petrobrás, tornou uma realidade no Brasil o uso do álcool (etanol e metanol) como combustível comercial de motores de combustão interna desde a década de 70 ate os nossos dias. Não há mais segredos para o seu uso nos pequenos motores aeronáuticos. Ele, o álcool, vem sendo usado, por exemplo, como muita freqüência nos aviões ultraleves. Quatro ou cinco anos atrás, o engenheiro James Waterhouse, sócio diretor da Aeroálcool de Franca, localidade paulista, adaptou um avião agrícola Pawnee PA 25- 260, com surpreendentes vantagens no custo por hectare. Naquele ano o engenheiro já havia conquistado 70% do processo de homologação de seu equipamento. Também a Neiva, subsidiaria da Embraer procurava homologar seus motores a álcool naquele mesmo ano, dizia em entrevista especializada, Paulo Upanavicius, seu diretor. “O custo do litro do álcool é mínimo comparado a avigás (gasolina para aviões) e pode ser produzidos em qualquer parte do país o que reduz o custo com o transporte do combustível com uma economia por hectare apreciável. Na aviação agrícola o combustível é o item que mais onera a operação”.

Quem pesquisa a questão energética (www.sbpe.org.br) encontrará como palavra de ordem as “Células de Energia” (Fuel Cell). Trata-se de tecnologia para a obtenção econômica do hidrogênio combustível. Também não há grandes novidades no setor. Desde a década de 50 alguns aviões e foguetes utilizam o hidrogênio como combustível, e o gás foi largamente usado nas pesquisas espaciais. O que vem ocorrendo é, que se tiver em vista a crise energética mundial, principalmente em relação aos combustíveis fosseis, as Células de Energia, aparecem agora como solução e alternativa para uma nova economia energética mundial. E o Brasil, surpreendentemente tem se sobressaído nesta tecnologia. O projeto é tão ousado que pode permitir ao cidadão comum a produção do seu próprio hidrogênio combustível. O interessado encontrará ainda maiores e melhores informações nos seguintes sites: “MembersTripod.com” e “Celula@combustivel.com.br”, ou simplesmente, digitando “Celulas de Energia” no Google. É surpreendente.
Enquanto, “as coisas” demoram um pouco para o desenvolvimento comercial e popularização das “Fuel Cell”, nós não poderemos deixar de chamar a atenção ao fato de que, a maioria dos especialistas na analise dos problemas da Amazônia Legal focam suas atenções para a necessidade de produção de calor e energia como pré-requisito fundamental para o desenvolvimento da região. Neste sentido, os especialistas brasileiros estudam os “Resíduos da Floresta”, e afirmam que eles podem produzir uma quantidade de litros de álcool etanol maiores do que, se espera, venha a ser encontrado no subsolo da Amazônia. (mesmo quando sabemos que existe ali, um alto percentual da reserva mundial de hidrocarbonetos (petróleo) impregnado na bacia sedimentar paleozóica do Amazonas) [1]. Eis aí, no etanol, outra possível solução energética para a região. Com uma vantagem extra, o etanol, como já dissemos, é produto de matéria renovável, ou seja, tem origem em matéria orgânica renovável (Biomassa), o que não ocorre com o gás natural e o petróleo. Muito menos com o GLP (gás liquefeito do petróleo, oriundo do resíduo de sua industrialização). O álcool e a água formam uma mistura homogênea acabando de vez um dos grandes problemas da aviação na Amazônia sempre úmida, a condensação da água nos tanques de gasolina.
Também salta aos olhos, como solução possível de curto prazo para a região Amazônica, os poços de gás natural já em exploração na região e as grandes jazidas de linhito (linhito, mineral combustível que possui 70% de carvão e é quatro vezes mais calórico que a hulha e do qual podemos extrair combustível para os aviões a jato[2]) ali existentes em áreas continuas maiores que o total da área do estado do Paraná e estimado em trilhão de toneladas, além do xisto betuminoso de onde se pode extrair óleo e gasolina. A principal fonte de gás natural explorada pela Petrobrás é a jazida de Urucu nas proximidades de Manaus, mas existem outras em exploração na Amazônia em Barreiros ou na Ilha de Marajó por exemplo. Ou seja, além do gás natural, as pequenas usinas de produção de álcool com moderna tecnologia podem produzir álcool do excedente da floresta; dos galhos, folhas, tubérculos e raízes que apodrecem naturalmente na floresta dando-lhes uma solução pontual de curtíssimo prazo à espera da tecnologia do hidrogênio que virá.
Colhidos e submetidos a alguma tecnologia, hoje já dominada no Brasil (e desenvolvida pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (CEMPES) da Petrobrás), esses excedentes podem gerar o biogás (da fermentação) e o álcool etanol. Sendo assim, o biogás, com alguma dificuldade (sua perda calórica em relação aos outros combustíveis aqui citados), pode também ser apresentado como mais uma opção, e ser igualmente utilizado como combustível em embarcações, geradores e aviões. Por isso, de olhos no futuro do país, a IPE, Empresa Paranaense de Estruturas, em Curitiba, e produtora do avião utilitário-treinador IPE 06, antecipa-se e estuda projetos oriundos de diversas fontes de pesquisa para a melhor utilização combustível do gás natural e do etanol para os aviões por ela produzidos e que, pretende-se, serão também vendidos e utilizados na Amazônia Legal. No futuro, quem sabe, as baterias solares e os motores elétricos, ou a produção de hidrogênio combustível para os motores de combustão, possam dar as cartas tecnológicas da nova economia energética do mundo. Por ora, apostamos no mais simples no álcool e no gás natural de petróleo como solução ao alcance da mão e a altura do conhecimento técnico dos amazônicos. Acreditamos que esses privilegiados e amados brasileiros, certamente, num futuro bem próximo, serão largamente recompensados pela perseverança, sofrida e trabalhosa, no esforço hercúleo da ocupação, da permanência e do desenvolvimento da Amazônia Legal Brasileira.

Álcool da fermentação orgânica. (escrever)

A Aviação e a eletricidade, baterias solares. (desenvolver)


Biodiesel e carvão combustível para a aviação brasileira.
[1] Petróleo Brasileiro Preconceito e Realidade; Petrobrás dois edição 1980.
[2] Carvão betuminoso gera combustível de ultima geração para aviões. Penn Univesity USA 2002.

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