Seja bem vindo.

O Grupo de Estudos 23 de Outubro mantém 11 Blogs, eles falam de moralidade, política, nacionalismo, sociedade e Fé. Se você gostar inscreva-se como seguidor, ou divulgue nosso Blog clicando sobre o envelope marcado com uma flecha ao fim de cada texto. Agradecemos seu comentário. Obrigado pela visita.
www.G23Presidente.blogspot.com




wallacereq@gmail.com.







sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Etenias do Paraná

Etnias do Paraná.
Um aparelho de tomografia faz fotos em fatias, como quem corta um salame. Isso pode ser feito também com a história, e com o estudo das etnias. O que não podemos fazer é nos omitir diante de um corpo inteiro, dele tirando apenas uma fatia, e dela, por preguiça ou astucia, dar um diagnostico como se tivéssemos tomado a tomografia do corpo inteiro.
Fazemos isso com freqüência nas questões da formação étnica de nosso povo. Índios são índios. Negros são negros, portugueses são portugueses, e espanhóis são espanhóis, caso fechado, verdade absoluta. Falso diagnóstico. Portugueses são formados por diversas etnias, assim como, também os espanhóis, negros e índios. Eu quero complicar? Não eu quero desmistificar. Eu quero abrir o debate. Eu quero ouvir gente inteligente como a Dra Claudia Inês Parellada, do Museu Paranaense. A formação étnica do povo do Paraná é das mais complexas, e por ser complexa escapa pelas simplificações (uma rodela de salame) e esbarra ou serve a antigos e rançosos preconceitos raciais.
Agora preste atenção: nos ficamos algumas semanas em casos extremos sem comer; ficamos alguns dias sem beber; ficamos alguns minutos sem respirar. Ora, se é assim, respirar nos é muito mais necessário que beber ou comer, no entanto, via de regra, ninguém esta preocupado com o ar que respira, ou o que faz com o ar. Ele ainda é o “Bem Fora do Comercio” por excelência. Com o resgate de carbono, ele esta começando a sua estréia no mundo do comercio, entendeu? Você pagará pelo ar que respira.
Que quero dizer com isso se o nosso tema é etnias. Ora, nós valorizamos as etnias menos importantes para a formação de nosso povo, e negligenciamos as mais importantes e necessárias para a nossa formação. Portugueses por exemplo: respiramos o português, pensamos e falamos em português, e não nos honramos de ter dois pés e duas pernas em Portugal. Índios, ora senhores, olhem a cara, a fisionomia de nosso povo, nós temos dele se não muito, pelo menos a metade do nosso jeito de ser, ou boa parte de nossa genética. Erra e grosseiramente quem diz, ou quer dizer que os índios foram dizimados, eles foram miscigenados, essa a verdade. Leiam o livro “Franceses e Tupiniquins no Brasil”. Negros, esses não aparecem em nenhum folder turístico sobre o Paraná, como se não existissem. (quiçá, apareçam agora que o Obama é presidente da matriz) Tire uma foto da cidade, da sua cidade ou da minha, e veja quantas caras de índio e peles negras ou delas descendentes existem: ora isso não importa; ou isso não é uma verdade insofismável? Não esqueça, Astecas , Incas e Maias também são índios, portanto não diga, eles parecem bolivianos, peruanos, uruguaios ou argentinos. Não diga que o presidente da Venezuela tem cara de índio, pois ele tem cara de brasileiro, sim dos brasileiros, dos homens vermelhos, que para alguns é a verdadeira origem de Brasis, da cor da Brasa, da cor das diversas tintas com a qual pintavam o corpo, os brasi-leiros das florestas equatoriais. Abra o seu caderno de receitas, ponha um disco em sua (eu sou muito antigo) electróla ou CD e ouça o negro o índio e o português. Coma e saboreie o negro, o índio e o português, não como antropófago, mas como se fossem cozinheiros de receitas típicas, mesclas de temperos e pratos de outras origens o que muito nos honra. Quando comemos..., e é uma injustiça, comemos bem.
Vou mostrar as fotos de um catálogo sobre as etnias do Paraná, você verá claramente do que eu estou falando, verá a artificialidade de tudo, com roupas que você não vê nas ruas, danças que você não dança, sons que você não escuta , cores e humores, gestos e posturas estudadas para contar uma história (que vende), história diríamos tão importante como um prato de comida, às vezes importante (importadas por isso são in-port-ents) como um copo de água; mas aquelas etnias e misturas que nos são importantes como o ar que respiramos, nós as fazemos quase invisíveis. As omitimos. É isso: Santo de Casa, que ocupou o território e semeou o povo, não faz milagre. Faz milagre o estrangeiro que conta uma história do Brasil, para “Inglês Ver”, não é assim que se diz, quando fazemos cena? Se ao atingirmos a “independência política do Paraná tínhamos sessenta mil almas “brancas” e alguma porcentagem era de negros, quantos desses brancos eram mamelucos, cafuzos, mulatos e índios (quantos índios eram contados como escravos?) O que tínhamos no Paraná de então era a Bugrada . Nossos quadros mostram homens altivos, cheios de medalhas, que não tomavam banho, urinavam no urinol, fediam à montaria, tinham os dentes cariados e doenças venéreas, quando não pisavam o chão com a planta dos pés, como hoje ainda se vê no interior. Contemple a arquibancada de um jogo de futebol, e veja o que somos, somos povo, não etnias, somos povo, não raças, somos povo, não pinturas ou fotos editadas e produzidas para atrair o vil metal. Somos o povo brasileiro, uma historia de amor inconfessa, uma história de liberdade na prisão, uma história de paixões, nas ocas, nas senzalas, nas casas Grandes, nas favelas, nas areias das praias e no mar. Uma história de florestas, de serras, de sertões, minas e boiadas, que teimamos em não contar por inteiro. Um Brasil para brasileiros, e não para “estrangeiros”. Um Brasil para acolher, e não para formar guetos. Um Brasil para ensinar o mundo, na roda de bamba, na roda da vida, no campo de futebol, nas cavalgadas, nos campos de bocha, no chimarrão e no churrasco, na manteiga de garrafa, no feijão de corda, no baião de dois, e na carne de sol, no sarapatel, e no Pirarucu, nas quadras da alegria, na Missa de domingo, nos frutos exóticos, nos terreiros de café, e na roda do carroção de boi gritando o lamento dos homens diante das dimensões continentais do solo, e das distâncias cósmicas de um céu estrelado.

wallacereq@gmail.com




Hoje temos 11 Blogs, alguns podem ser acessados diretamente nessa página, clicando onde esta escrito, ACESSE CLICANDO ABAIXO, logo depois do Perfil, na margem esquerda. Muito obrigado pela visita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário. Obrigado pela visita.