Tradição.

Tradição!

Numa conversa de rua entre evangélicos e católicos ouvimos o evangélico subir nas tamancas e dizer: Qual nada, para nós o que importa é o Evangelho, não há tradição oral. Claro que não posso atribuir essa ingenuidade a todos os evangélicos. Mas eu gostaria de dizer e lançar luz a alguns pontos importantes. Os evangélicos se auto intitulam Evangélicos porque acreditam que só o Evangelho é fonte da Palavra de Deus; Com propriedade a palavra Evangelho, ou boa-noticia diz respeito apenas ao novo testamento e o advento de Jesus. Todavia o que eles não sabem, é que se não fosse a Igreja de Roma, e após a divisão do império Romano a Igreja Ortodoxa, nenhum Evangélico conheceria a Sagrada Escritora, portanto a Igreja de Roma, e a Igreja Ortodoxa são os evangélicos de primeira hora, são as testemunhas de Cristo.

Se você for ao Evangelho de Lucas, no Prólogo (Lucas 1, 1-4) você lerá o seguinte: “Muitos já tentaram compor a história do que aconteceu entre nós, assim como nos TRANSMITIRAM os que, desde o principio, foram testemunhas oculares e Ministros da Palavra. Depois de acurada investigação de tudo, desde o início, também a mim me pareceu conveniente escreve-la para ti segundo a ordem, excelentíssimo Teófilo, para melhor conheceres a firmeza da doutrina em que fostes instruído”. Vemos então que Lucas se baseia em investigação de testemunhos orais e escritos, para compor seu Evangelho. Assim ao usar a palavra transmitir faz uso da palavra latina “Tradere” que significa transmitir e que dá origem à palavra tradição. Logo além das fontes escritas do Evangelho existiam as fontes orais, pois os documentos mais antigos escritos datam do ano 50 (Carta de São Paulo) e os evangelhos foram escritos entre 50 e 100. Como essas verdades foram transmitidas? Oralmente, ou em escrituras dispersas.

Postos assim podem lembrar que a escrita foi inventada pelos fenícios por volta do ano 1000 AC. Nessa data já vivia David. Portanto, toda a Escritura anterior a essa época, e mesmo a dessa época se deve a tradições orais. No judaísmo o nome mais comum dado às tradições não escritas dadas a Moises é Massoret que significa laços ou corrente, elos que se transmitem de geração a geração. Isso nada tem com o conceito de Tradição Eclesiástica, que diz respeito na Igreja às tradições escritas e não escritas com referencia as tradições normativas sobre a fé e a disciplina da Igreja. 

Portanto a fonte do estudo das normas para o exercício do cristianismo está, nas Escrituras, nas Tradições, e no Magistério (Pedro apascenta às minhas ovelhas disse Jesus, dando-lhe autoridade de Magistério).

G 23.

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