Um amigo amputado

Meu amigo Valter Luis Campos.

Nesse mundo sem fé, o medo da morte  ela tornou-se um valor que se contrapõe ao apego à vida como sobrevivência. Morrer jamais! Vida eterna nem pensar.

Assim, como conseqüência se criou os novos ícones médicos. Supervalorizaram-se as pesquisas laboratoriais, os seguros de saúde, os planos médicos, como se isso fosse capaz de nos manter vivos, sadios e imortais. Vivemos essa ilusão.

Tenho um amigo há mais de vinte anos, chamado entre os que o conhecem de "Montanha” dado ao seu aspecto físico, força e estrutura óssea. Esse homem esta na quinta internação e terceira amputação. Há, eu te pergunto, algo mais primitivo que a amputação? Ao vê-lo sem a perna caiu a mascara dos ícones médicos: A Medicina de hoje... Etc. e tal. Tudo uma propaganda sem fim

 E justificativa para os altos preços da medicina. Claro que há avanços, o principal talvez seja a anestesia. Mas afora isso, os médicos tateiam no escuro com soluções cirúrgicas iguais, nos princípios, daquelas praticadas na antiguidade. Os remédios em uso, se retirados os seus “rótulos comerciais” são tão poucos como os elementos que constituem a química, as letras do alfabeto, quiçá o espectro luminoso; é cruel.

G 23
Me disse um medico: não fosse assim ele estaria morto. Eu concordei e respondi: e os medicos menos ricos.





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