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terça-feira, 17 de novembro de 2015

João Calvino o Papa Protestante.

João Calvino o Papa Protestante.

Esse é um dos mais interessantes capítulos da história eclesial. João Calvino, já no seu tempo era chamado de “ O Papa Protestante”.
Para entender esse fenômeno, bastante estudado, seria preciso algumas leituras previas, tanto no campo da filosofia, como na história dos chamados Papas do inicio da Idade Moderna. Sem esse embasamento não entendemos os aspectos políticos e econômicos envolvidos no surgimento daquilo que se convencionou chamar de protestantismo. Acentuava-se a questão das igrejas nacionais, principalmente naqueles reinos que se viam prejudicados pelas decisões dos Papas, que ao final da Idade Média sofriam a ingerência do poder civil, pois era grande o numero de nobres e príncipes ordenados cardeais, sacerdotes e monges.  Na Europa, Ásia e Norte da África o cristianismo era uma unanimidade que foi sendo quebrada com o inicio das grandes navegações e o conhecimento de povos bem desenvolvidos, seus costumes e fé, que jamais haviam ouvido falar em cristianismo. Esse contacto, como era de se esperar, trazia inúmeras novas questões a uma Igreja estabilizada exercendo enorme poder sobre os reinos do mundo cristão. Como exemplo da resistência desses reinos à Roma, podemos citar o Rei Henrique II da Inglaterra que proibia, já em 1164 que os frades apelassem à Roma, limitava a saída dos frades da ilha e concedia ao Rei grande poder sobre a Igreja na Inglaterra. Seria interessante ler os embates de São Thomas Becker contra Henrique II.
Com o Grande Cisma de 1378 estabeleceu-se uma confusão entre os fieis e clérigos com o aparecimento das chamadas heresias populares. Surgem Guilherme de Occam e Marcílio de Pádua, cujo pensamento será aprofundado por João Wiclef um nobre inglês que se fez sacerdote ( 1320-84) e João Huss (Jan Hus) frade de origem Tcheca em (1370-1416); A Inglaterra devia impostos a Roma estabelecidos por João Sem Terra em 1213 e prometidos ao Papa Inocêncio III. Havia então um embrião de uma Igreja Nacional na Inglaterra, e esses citados acima que são chamados pré-reformadores bem antes de Lutero, já estabeleciam a Sagrada Escritura como única fonte de fé, rejeição da Tradição e Hierarquia e o nacionalismo em oposição a Igreja Universal com sede em Roma. Negavam portanto a verdade evangélica do primado de Pedro sobre os apóstolos e a Igreja. Vê-se claramente a motivação política de tais movimentos. No Brasil por exemplo, nos dias de hoje assistimos algo bem parecido com a CNBB se arvorando uma igreja nacional, ramo de uma Igreja dita Latino Americana, digamos infiel ao Papado, ate o surgimento do Papa Argentino Francisco. Era o auge da teologia da Libertação que provocou a apostasia de tantos padres. Os tempos se repetem,
Wiclef traduz a Bíblia para o Inglês, assim como posteriormente Lutero o fará para o Alemão e outros para o francês. A Idéia era quebrar a unidade eclesial provocada pelo uso do Latim e tornar a Bíblia mais acessível a uma imensa multidão de analfabetos que não liam nem o latim, nem o inglês. Wiclef envolve-se com uma sanguinária luta entre camponeses e nobres nos campos da Inglaterra, então um sínodo nacionalista clerico-civil em Londres o condenou. Ele rejeitava a Presença real de Cristo na Eucaristia, a confissão auricular, e a autoridade de Roma. Seus frades ( apostatas) eram chamados, pelos ingleses católicos de “Lolardos”, origem em lollium, ou seja, joio.
Ana da Boemia, irmã do rei Venceslaw da Boemia se casa com o Rei da Inglaterra Ricardo II, assim por esse união política a já secular Universidade Católica de Oxford, atraia muitos membros da nobreza Boemia, mas no entanto, essa união, criou um refugio ideal para os seguidores de Wiclef através de seus escritos. Muitos se refugiaram em Praga. Jerônimo da Boemia levou os escritos de Wiclef para Praga e como seu amigo o frade João Huss começam a divulga-los. Em Praga a decadência moral era enorme e ainda eram praticadas algumas heresias como as dos cátaros e valdenses, assim Huss encontrou solo fértil; aqui também ocorria uma revolta dos boêmios contra os alemães, e a idéia de uma igreja nacional e liberta de Roma era politicamente aceita; Huss acendeu um fanatismo caloroso e foi condenado pelo arcebispo de Praga em 1410 que lançou um interdito sobre Praga; no entanto o hussismo tornou-se predominante na Boemia. A apostasia de um povo inteiro abalou o sentimento cristão ocidental. O rei alemão Sigismundo, irmão do Rei da Boemia e cunhado do Rei da Inglaterra convocou Huss a comparecer no Concílio de Constança, onde ele foi condenado e encarcerado assim como seu amigo Jerônimo de Praga foi condenado um ano depois. Essa história deve ser lida pois a nobreza hussista havia expulsado os sacerdotes católicos da Boemia. Quando o Rei Venceslaw os reabilitou, começou uma guerra interna. Com a morte de Venceslaw, Sigismundo assumiu a Boemia mas foi rejeitado pelos hussistas que o consideravam assassino de Huss, agora, os que faziam uso do cálice dos leigos( em oposição ao calice sacerdotal), eram chamados ultraquistas ou calixistas, e não mais hussitas, eram como um partido político aliados aos taboristas. Os taboristas eram mais radicais ainda, aboliam as classes sociais, pilhavam Igrejas e mosteiros, executavam sacerdotes e monges. Eram milenaristas e apocalípticos. Em 1425 os Taboristas devastaram a Hungria, a Silésia, a Baviera e a Saxônia sob o comando de André Procópio ; o que vemos, em primeiro lugar, e prestem a atenção,  é que a livre interpretação da Bíblia e a negação do Magistério, ia criando seitas fanáticas, sem controle, e que se multiplicavam rapidamente, e em segundo lugar vemos o ideal pastoril dos antigos hebreus anteriores a construção do suntuoso templo de Salomon.
Assim os anos que se seguem são cheios de Guerras em toda a Europa, e os mais pobres eram e são as vitimas principais, vagando na miséria, sem pastor. Pobres católicos e protestantes são perseguidos.
A unidade cristã será esfacelada pelo nacionalismo religioso da França ( calvinismo), Inglaterra ( o cisma Anglicano) e Alemanha ( Luteranismo).
Como vemos, a perda da cabeça , ou seja, a perda do vigário de Cristo estava levando a um grande número de seitas cada qual defendendo as suas Verdades. Veremos isso com mais clareza em Martinho Lutero.
Posto assim os chamados pré- reformadores vamos agora aos chamados reformadores. Se o leitor puder ler algo sobre os papas do inicio da idade moderna Eclesial poderá melhor compreender os erros administrativos cometidos e as pressões políticas  das nobrezas e seus interesses nacionalistas e da filosofia humanística que recaíram sobre a Igreja com sede em Roma.São eles: Nicolau V; Calixto III; Pio II; Paulo II; Sixto IV; Inocêncio VII; Alexandre VI; Pio III; Julio II e Leão X isto tudo entre 1447 e 1513. Apenas sessenta anos.
 Também os leitores já perceberam, que as Escrituras foram guardadas e preservadas esses 14 séculos pela Igreja Católica e pela Católica Ortodoxa depois da divisão do Império Romano, assim como também os livros da Roma antiga e da Grécia Clássica. É também fácil perceber que os lideres dos chamados “teólogos de protesto” eram todos frades da Igreja Católica e muitos eram nobres ou destacados cidadãos na política em suas comunidades.
Não foi diferente com Martinho Lutero. Monge Agostiniano, membro de uma ordem regular da Igreja Católica, rebela-se contra abusos cometidos por príncipes e nobres alemães que eram digamos prelados ou delegados Papais. Esses no inicio rejeitaram Lutero, mas logo perceberam as vantagens políticas de uma fé liberta de Roma. Assim aquilo que parecia aos olhos de Roma uma questão particular do frade Martinho Lutero tomou proporções políticas espantosas. Aquilo que: dizem os estudiosos era uma resistência aos abusos da Igreja na Alemanha, tornou-se um cisma e uma negação da Igreja de Roma.
 Martinho nasceu em 1483 em uma Alemanha Católica. Em 1505 entra para um mosteiro e em 1507 é ordenado presbítero. Foi nomeado professor de Sagradas Escrituras na Universidade Católica em Wittenberg. Muito preocupado com sua fragilidade moral apoiou-se nas cartas de Paulo e acabou por acreditar que não deveria se preocupar como o que fazia ou deixava de fazer mas que lhe bastava a fé em Jesus Cristo. Com o tempo de suas conclusões negou os sacramentos, a hierarquia eclesiástica, o sacerdócio ministerial, a Missa e as Indulgências.
O Papa nomeou como Comissário das Indulgências o príncipe Alberto de Brandenburgo que era arcebispo de Magdburgo. Era homem mundano como tantos outros nobres, e havia se endividado com o financista judeu “Fugger de Augsburgo”. Apenas como curiosidade nessa época pouco mais pouco menos, outra casa “bancaria” de Judeus alemães, a Casa Welser, financiou as navegações dos irmãos Pinzon à América. O príncipe dividia as doações indugenciais em dois valores, um para pagar os banqueiros e outra para pagar taxas a Igreja de Roma como óbolo de São Pedro pelos três arcebispados que assumira. Nota-se portanto que havia vantagens mundanas em ser arcebispo, mesmo para um príncipe. Nessa época já reinava franca rejeição as indulgências dados aos abusos cometidos na Alemanha.E o próprio pregador Papal das indulgências João Tetzel incorria nesses abusos.A questão era grave. Certa vez quando Tetzel pregava em praça publica, Lutero insurgiu-se contra ele e conforme as tradições acadêmicas da época fixou à porta da Igreja Católica de Wittenberg 95 teses em latim que pretendiam corrigir os abusos. Essas teses, se o leitor estuda-las afastavam Lutero da Igreja e anulavam a sua ordenação como frade. As Teses e a rebeldia de Lutero espelhavam todo o ódio nacionalista alemão contra Roma. O Papa então manda um teólogo de prestigio, o Cardeal Caetano,  visitar Lutero, mas esse não consegue demovê-lo; Assim o Papa Leão X publica uma Bula chamada Exsurge condenado 41 das teses de Lutero, e pede a sua retratação. Lutero queima a bula e um livro de Direito Canônico, então chamado Eclesiástico em praça publica. O Papa o excomunga.
Ainda vivíamos uma Alemanha Católica. Lutero então apela para o nacionalismo Alemão e escreve: “Manifesto a Nobreza Alemã”, pouco depois escreve “ O Cativeiro da Babilônia” onde critica os sacramentos, e finalmente “ Da Liberdade Cristã”; que conclui a Igreja como uma comunidade invisível composta de homens de fé.
A nobreza se divide, os que exerciam o poder contra os que queriam exerce-lo; da-se então a Dieta de Worms em 1521. Uma assembléia política, onde Lutero é condenado a morte. Todavia Frederico da Saxônia esconde o frade excomungado em seu castelo, onde ele sob o pseudônimo de Cavaleiro Jorge traduz a Bíblia para o Alemão. Enquanto Lutero permanecia escondido, os frades se casavam, as Missas eram substituídas pelo Culto da Ceia onde se recebia Pão e Vinho, que não eram consagrados, e sem confissão, as imagens dos santos eram quebradas ou removidas...o descontrole era geral, então aparecem uma nova corrente segundo o principio da Livre Interpretação da Escrituras, os anabatistas, que são os Batistas de hoje. Eles pregavam o batismo de adultos somente. Lutero assustado com a nova corrente sai de Wittenberg e vai morar em seu antigo mosteiro doado a ele por Frederico da Saxônia, provando com esse ato o quanto os nobres dispunham dos bens da Igreja, e o quanto intervinham nela. Ali Lutero casou-se com a freira apostata Catharina de Bora, e teve filhos.Em 1524 Lutero como líder dos luteranos teve que enfrentar uma sangrenta revolta de camponeses liderada pelo líder dos anabatistas, e Lutero que era contra a prepotência da Igreja de Roma na Alemanha, resolveu esmagar violentamente a revolta e Thomas Munzer,,ider dos anabatistas, foi decapitado. Essa atitude de Lutero afastou muitos de seus seguidores. Os anabatistas cresceram junto as populações mais pobres contra os luteranos da nobreza. Em 1529 realizou-se a Assembléia política de Espira na Alemanha e decidiu-se que não se faria mais mudanças na religião, e isso favorecia os católicos ali estabelecidos havia séculos. Então em conseqüência seis príncipes e 14 cidades imperiais fizeram um protesto contra essa decisão, de onde lhes vem o nome de protestantes.Nos últimos anos Lutero observou que os príncipes lideravam as questões religiosas e as manobravam em proveito próprio, mesmo em terras ditas reformadas. Sua doença e o numero de seitas já lhe indicavam que havia sim a necessidade de uma cabeça visível, um vinculo, uma coerência interna. Essa duvida lhe arruinou os nervos; as teses de Lutero dividiam os cristãos.
Nessa altura por diversos motivos que devem ser estudados as teses de Lutero atravessam fronteiras geográficas e políticas. Surgem com as mesmas teses Zwingli na Suíça em 1530 + ou -, e João Calvino em 1532 em Genebra na Suíça francesa, ambos professando as mesmas teses: cada crente é livre para interpretar a Bíblia como lhe pareça, ou seja a Bíblia é a única fonte de fé, lida e interpretada sem o magistério da Igreja Católica.
Portanto não vamos falar de Zwingli, mas de Calvino o Papa Protestante.
Antes de continuarmos, devemos lembrar que a questão de ler e interpretar a Sagrada Escritura era questão menor para o povo de maioria quase absoluta de analfabetos. Ler e interpretar as Sagradas escrituras era questão entre nobres e acadêmicos, alunos todos até então de Universidades Católicas. Mas havia entre eles um povo que tinha leitura da Thorá, ou Velho Testamento, que podemos dizer influenciava essas idéias, supervalorando as escrituras hebraicas e desvalorizando as cristãs. Mas não é hora para falarmos disso.

A França acorda um dia em pavorosa com as pregações de Guilherme Farel que propunha idéias semelhantes a de Lutero. Aparentemente essas pregações abrem caminho para outro francês  João Calvino (1509-1564).
Calvino estudou Direito na França e por suposto inteirou-se das teses humanistas; Mudou-se para Genebra. Era católico, organizado, sistemático, possuía enorme capacidade de trabalho e ao apostatar da fé católica em 1527 ao 18 anos, tinha já uma noção dos problemas da Livre Interpretação da Bíblia e da sua dispersão ideológica e interpretativa. Tendo-as professado publicamente caiu na perseguição do governo Francês, ate então católico.Mudou-se para a Basiléia na Suíça, onde surpreendentemente escreve seu primeiro livro Religiones Christianae Institutio que se opunha fortemente contra os sacramentos, dogmas e culto. Da Basiléia quis voltar a França, mas em Genebra foi convidado por Farel para organizar as comunidades locais. Calvino, instituiu severa disciplina ( já não era tão adepto da liberdade) cerceando a liberdade de consciência e conduta dos cidadãos; temia que acontecesse o mesmo que com Lutero.
A oposição Católica em 1538 conseguiu expulsar de Genebra Calvino e Farel. Mas após três anos de ausência, serão as autoridades que o chamam para controlar os descaminhos morais dos cidadãos. Calvino propõe a doutrina da predestinação, uns se salvam, outros não conforme a vontade de Deus. Calvino para controlar a sua igreja institui duas comissões a “Venerável Companhia de Pastores e Doutores” encarregada do magistério e “ Consistório” composto de pregadores e doze senadores que tinham a tarefa de zelar pela disciplina ao estilo da Inquisição Medieval. Essa comissão visitava as casas, servia-se de denuncias, pagava espionagem e os réus considerados culpados eram entregues a um tribunal religioso; acreditem entre 1541 e 1546 esse tribunal executou 58 sentenças de morte. Em 1555 estava consolidada a ditadura religiosa de Calvino, aquele que como os outros queria ver-se livre da autoridade da Igreja de Roma impunha uma assembléia de aversão ao prazer, como musicas, danças e qualquer atividade que distanciasse os homens das suas leis.Pessimista ele declarou guerra aos humanistas e denominou a Roma Protestante o refugio de todos aqueles que fugiam dos governos Católicos.Recebia da França, Itália e Inglaterra adeptos. Fundou um Instituto Teológico chamado Academia, e entregou a direção ao nobre francês Teodoro de Beza, seu sucessor. No principio os calvinistas eram inimigos das artes , da literatura, e da ciência.
Ate 1564 data de sua morte era chamado pelos seus contemporâneos o Papa dos Protestantes, Sua doutrina se propagou pela França, Escócia, Inglaterra e Holanda, países navegadores que a disseminaram pelo mundo principalmente para a América do Norte. A Partir do século XVI passaram a ser chamados “Igreja Reformada” sem nenhum vinculo com a hierarquia de Pedro. Acredita-se que respondem pelo puritanismo e pelo espírito de conquista dos povos anglo saxões e germânicos.
Conclusão: Percebe-se que Jesus Cristo tinha razão ao instituir autoridade de Pedro sobre os demais apóstolos, dizendo Pedro tu és a Pedra e sobre ti erguerei minha Igreja, Te entrego as chaves do Céu e da Terra, o que ligares estará ligado, o que desligares estará desligado, apascenta as minhas ovelhas. Esse é o texto Bíblico mais claro da instituição do Magistério e da autoridade de Pedro, o primeiro Papa.

G 23 de Mello e Silva.










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