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domingo, 2 de março de 2014

Sobre as Igrejas Orientais Católicas

Caríssimo,
Paz!
Obrigado pelo filme.
Ele veio em boa hora, pois todo esse assunto das Igrejas Orientais está presente no meu coração ultimamente.
No mês passado atuei como coordenador em um encontro de formação para monges e monjas de vários mosteiros do Brasil. O encontro foi no mosteiro de Vinhedo (SP), e para este encontro organizamos uma “peregrinação” às Igrejas Orientais de SP (capital). Visitamos 3 delas: a Catedral Ortodoxa Antioquena, A Igreja Greco-Melquita (oriental bizantina, mas em comunhão com a Sé Romana), e por fim a Maronita (católica oriental, que possui um rito próprio, e que mantém o aramaico como língua litúrgica. Também em comunhão com a Sé Romana). São Charbel pertence esta Igreja.
Porque estou contando tudo isso?
Porque as Igrejas Orientais (católicas e ortodoxas) são um mundo riquíssimo, maravilhoso, que estou começando a descobrir agora. E quero partilhar isso com todos.
Não só “partilhar por partilhar”, mas estou absolutamente certo que esse conhecimento de nossos irmãos Orientais é ABSOLUTAMENTE URGENTE para nós hoje.
Dou 2 motivos:
O primeiro:
João Paulo II (este grande apóstolo da restauração da unidade da Igreja) dizia sempre que a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente são os “dois pulmões” da Igreja. E a Igreja precisa dos dois pulmões para respirar. Essa afirmação talvez pareça um pouco inusitada para muitos de nós, católicos romanos, que pensamos que a “Igreja Romana” resume a totalidade da Igreja. Aqui no ocidente nós católicos romanos às vezes nos sentimos como uma “ilha” de fé e de ortodoxia em meio ao “oceano” de uma cultura cada vez mais materialista, relativista e anti-religiosa. E alguns chegam a se perguntar: “Será que vamos sobreviver?”. Mas a boa notícia é que não estamos sozinhos: para além das fronteiras do mundo ocidental, existe um mar imenso de Igrejas Cristãs, com uma história tão rica e antiga quanto a nossa (talvez mais), uma cultura espiritual tão rica como a nossa (talvez mais...), uma teologia tão rica como a nossa (essencialmente patrística, ao passo de a Igreja Romana parece ter posto a patrística na gaveta...), e uma liturgia com ritos mais antigos que o nosso. A maioria das Igrejas do Oriente (católicas ou ortodoxas) segue o rito bizantino (Liturgia de S. João Crisóstomo), mas muitas outras pertencem a famílias litúrgicas ainda mais antigas, como por exemplo a Liturgia de São Basílio (da qual veio o rito bizantino), ou a liturgia de São Tiago (como as Igrejas chamadas “siríacas”, entre outras), ou o rito Sírio-Malabar (católico) ou Sírio-Malankar (ortodoxo). E muitos outros.
Segundo motivo para conhecer as Igrejas orientais:
As Igrejas cristãs presentes no Oriente Médio estão sofrendo a A MAIOR PERSEGUIÇÃO DE SUA HISTÓRIA. Isso são dados oficiais, não estou “inventando”.
No Egito a Igreja Copta, após a “primavera árabe” (que levou ao poder os fundamentalistas da “Irmandade Muçulmana”) tem visto suas igrejas serem saqueadas, profanadas, queimadas e destruídas, uma após a outra. No ano passado, 70 igrejas foram destruídas em menos de 1 semana – igrejas do século V, VII, etc. Durante as celebrações litúrgicas, as igrejas são cercadas e incineradas, resultando na morte de centenas de cristãos. Os coptas são “caçados”como animais. Para os adeptos da “Irmandade Muçulmana”, matar um cristão é um serviço a Deus. O número de mortos, entre eles bispos e padres, é assustador.
Na Síria a situação é ainda pior. Nessa guerra pavorosa entre o exército sírio de um lado, cujo presidente é muito amado pela população (tanto muçulmana como cristã) – mas que a mídia ocidental faz questão de chamá-lo de “ditador”sempre que menciona o seu nome (“o ditador Bashar Asaad”), e os “rebeldes”(isto é, fanáticos jihadistas recrutados de todo o mundo – inclusive Brasil) de outro, os cristão estão “pagando o pato”. Aldeias cristãs inteiras estão sendo dizimadas, inclusive aldeias onde o aramaico (língua ainda falada entre os cristão da Síria, e a língua da liturgia chamada “siríaca”) ainda é a língua do povo.
Bem, a lista poderia se estender muito mais (por exemplo, no Iraque nos últimos 10 anos os cristãos foram literalmente eliminados; os que escaparam da morte, fugiram do país). A Igreja do Iraque pertence ao grupo das chamadas Igrejas chamadas “caldéias”, que junto com as Igrejas “Assírias” e “Siríacas”,são Igrejas pré-calcedonianas. A Igreja caldéia no Iraque é hoje considerada oficialmente EXTINTA (em menos de 15 anos).
Pois bem. E aqui, no nosso “paraíso ocidental”, muitíssimo bem-informados pela mídia, ninguém está sabendo de nada.
DESCULPE SE ESSE EMAIL FICOU MUITO LONGO! Acho que você não esperava uma resposta tão incisiva para o seu despretensioso email sobre São Charbel!
Foi quase um desabafo. Mas realmente acho que os jovens católicos têm que ter conhecimento disso tudo. Pois somos uma só Igreja – E PRECISAMOS DOS DOIS PULMÕES!

Guilherme

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