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sexta-feira, 10 de abril de 2015

Jesuitas e a Amazonia.

Os jesuítas na Amazônia
Entre as mais belas páginas da história da Igreja está sua contribuição decisiva para o conhecimento e a evangelização da Amazônia, nos séculos XVII e XVIII. Em paralelo com as ações militares e administrativas lusitanas, as atividades catequéticas e evangelizadoras desenvolvidas por franciscanos, carmelitas, mercedários e, principalmente, jesuítas foram essenciais no povoamento e na consolidação do domínio português na Amazônia. Após sua participação na expulsão dos franceses, holandeses e ingleses da embocadura no Amazonas, em 22 de junho de 1657, partiu de São Luís do Maranhão uma expedição comandada pelo cabo Bento Maciel Parente em direção ao coração da Amazônia. Dois religiosos, os padres Francisco Veloso e Manuel Pires, os acompanhavam. 


Em 1668, o franciscano Frei Teodósio e o capitão Pedro da Costa Favela fundam uma nova povoação à margem do Rio Negro, nas proximidades da foz do rio Aruim. Em 1669, o Capitão Francisco da Mota Falcão e seu filho construíram ali, no coração da Amazônia, próximo da confluência do rio Negro com o Solimões, um pequeno forte quadrangular em pedra e barro. As tribos indígenas aruaques (barés, banibas, passés e principalmente os manaós) ajudaram na construção e passaram a morar em volta dele. A população formada por indígenas e brancos cresceu rapidamente. Para ajudar na catequização dos índios, os carmelitas, jesuítas, mercenários e franciscanos ergueram uma capela próximo ao forte com o nome de Nossa Senhora da Conceição, futura padroeira da cidade fundada em 1674: Manaus.Enquanto os portugueses iam estabelecendo-se no baixo Amazonas, os espanhóis progrediam pelas cabeceiras através de aldeamentos missionários dos jesuítas ao longo dos rios Napo, Huallaga, Ucayali, Marañon e Solimões. Em 1684 chegou a Real Audiência de Quito o padre Samuel Fritz, jovem missionário alemão de Trate nau. Entre 1686 e 1688 viajou e trabalhou no Alto Amazonas, num trecho de mais de 1.000 quilômetros entre o Napo e o Japurá com outros jesuítas. Em 1689, esses soldados da Companhia de Jesus alcançaram as imediações da foz do Juruá. Os portugueses, em sentido contrário, iniciaram a subida do Solimões.



Quando o padre Samuel Fritz desceu o rio Amazonas em 1689, encontrou os primeiros vestígios lusitanos representados por casas desertas, junto à foz do rio Purus. A partir da viagem do padre Samuel Fritz até Belém, abriu-se a questão do domínio do Solimões. O governo português mostrou mais interesse em expandir suas fronteiras do que o governo espanhol em ajudar seus missionários a defender suas pretensões amazônicas. Igualada a divisão do território entre as ordens por meio de cartas régias (1687-1714), vários grupos de religiosos iniciaram a tarefa sistemática de povoamento e evangelização, espalhando suas missões por milhares de quilômetros pelo vale amazônico. Os carmelitas, jesuítas, franciscanos e mercenários aprofundaram o povoamento nos antigos domínios espanhóis e ocuparam a área atual do estado do Amazonas. Os portugueses conquistaram definitivamente o Solimões entre 1709 e 1710.
Atendendo a uma solicitação da Coroa, os jesuítas iniciaram as primeiras atividades extrativas de vulto das "drogas do sertão" garantindo uma exportação regular de cravo (Dicypellium caryophyllatum), cacau, baunilha, canela, resinas aromáticas e plantas medicinais. Da multiplicidade desses aldeamentos e missões religiosas, principalmente jesuíticas, surgiram dezenas de povoados, a exemplo de Cametá, na foz do Tocantins; Airão, Carvoeiro, Moura e Barcelos, no rio Negro; Santarém, na foz do Tapajó; Faro, no rio Nhamundã; Borba, no rio Madeira; Tefé, São Paulo de Olivença e Coari, no Solimões; e em continuação, no curso do Amazonas, Itacoatiara e Silves. Todo o espaço urbano das cidades mais antigas da Amazônia organizou-se e cresceu em função das igrejas.Em 1743, os portugueses subiram até o alto rio Negro e penetraram no rio Orenoco pela passagem do canal do Cassiquiare. Essa conexão, entre as cabeceiras e bacias do Negro e do Orenoco, foi confirmada pela primeira vez pelo padre jesuíta Manuel Roviare em 1744. Assim começa a descrição geográfico-histórica do rio Amazonas do padre jesuíta João Daniel (1722-1776), autor de uma obra enciclopédica sobre o rio, a natureza e os homens da Amazônia.



Cronista da Companhia de Jesus, o padre João Daniel viveu na Amazônia entre 1741 e 1757, quando foi preso por ordem do Marquês de Pombal. Não sobreviveu aos 18 anos de prisão, vítima do despotismo esclarecido, durante os quais sistematizou de memória tudo o que se sabia sobre a região amazônica. E sem deixar transparecer, sequer nas entrelinhas, nenhuma queixa ou amargor de sua injusta situação de prisioneiro condenado à morte. Uma obra monumental sobre a geografia, a história, a economia, a flora e a fauna, aquática e terrestre, os costumes dos povos e civilizações da região.




Esses pioneiros evangelizadores da Amazônia, cujo martírio é esquecido, vêm sendo tratados de "meros instrumentos a serviço dos interesses dos poderosos de seu tempo". Desmemoriados e cheios de auto compaixão, muitos desses autores julgam que na história da Igreja está praticamente tudo errado até o Concílio Vaticano II. E estimam dificílima a tarefa de evangelizar nos dias de hoje, para explicar a expansão do paganismo e das seitas na Amazônia. Vale lembrar-lhes o padre Vieira. Se lhes parece difícil evangelizar ovelhas que bebem no rio e comem no prado, o que deverá ter sido evangelizar e trazer para a grei da Igreja no século XVII e XVIII, ovelhas que às vezes comiam os pastores e bebiam-lhes o sangue?





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