Negros navegantes III

Negros navegantes III

Dado aos inúmeros preconceitos históricos, vou reescrever esse texto, para que o leitor interessado tenha uma base de pesquisa para aprofundar o assunto.

Uma das mais antigas civilizações foi a egípcia, e possivelmente a mais estudada. Assim eu lembro ao leitor que houve uma dinastia de faraós negros em tempos bem remotos. Quero alertar que os egípcios navegaram o Nilo ate as chamadas corredeiras do Nilo em terras do Sudão, e também o Mar Vermelho. o que nos prova que diversas populações negras tiveram sim contacto com embarcações desenvolvidas muito antes da era cristã. Meu bisavô, Justiniano de Mello e Silva, em seu revolucionário estudo linguístico –histórico, titulado Nova Luz sobre o Passado, Imprensa Nacional 1906, faz diversas alusões ao fenômeno das civilizações negras de alto grau de desenvolvimento.

Assim, dando continuidade ao texto “Negros uma historia e pré historia mal contadas” encontrei esse interessante trabalho sobre a história da navegação que parece mesmo referendar a navegação oceânica dos povos negros em datas mui antigas.

Texto:

A história dos barcos vive paralelamente às histórias de aventuras dos seres humanos. Os primeiros barcos conhecidos datam do Período Neolítico, à cerca de 10.000 anos atrás.( lembrar que os restos mortais de um homem, datado como o mais antigo já encontrado, é africano) Estes barcos primitivos possuíam funções limitadas: eles conseguiam mover-se na a água, conquanto, limitava-se a isso.

Inicialmente foram utilizados para caça e pesca. O barco mais antigo descoberto até então, é uma canoa. Foram construídas com os troncos de árvores coníferas, utilizando Ferramentas de Pedra.

Por volta do século 30 A.C, no Antigo Egito, já se conhecia como montar cascos de embarcações com tábuas de madeira ( ver dinastia do faraós negros, e data-la).  Eles usavam presilhas de tecido para juntar as tábuas,  Cyperus papyrus, folhas compridas, e grama para unir e calafetar as costuras entre as tábuas. Na Grécia Antiga* que conhecia a África_ historiadores e geógrafos tinham documentado ship-faring como os primeiros encontrados no Antigo Egito: "Durante o período próspero do Reino Antigo/Império Antigo", entre os séculos 30 A.C e 25 A.C, no Rio Nilo rotas de navegação foram estabelecidas, e no Antigo Egito há registros que navios navegaram pelo Mar Vermelho até ao país Mirra. [3] Sneferu's antigos navios de madeira de cedro  é a primeira referência registrada (2613AC)

Na Ásia Oriental, na época da Dinastia Zhou, foram desenvolvidas tecnologias nas embarcações como o leme montado na popa, e da Dinastia Han, foi encontrada uma frota de navios bem conservada, que fora empregada no campo militar. Tecnologia naval avançada foi encontrada no período medieval oriental, onde tais embarcações já possuíam compartimentos estanques para armazenamento de água o que prova o seu uso oceânico. Durante o século 15 na Dinastia Ming, uma das maiores e mais poderosas frotas do mundo foi montada para as viagens de diplomacia e projeções do poder de Zheng He ( essa frota esteve na África). Em alguma parte da Coreia, no século 15, foi encontrado o primeiro barco que se utilizou de ferro. Foi o Navio “Tartaruga”, este foi desenvolvido com laminados de ferro.

Por volta de 2000 A.C, a Civilização Minóica em Creta tinham evoluído nos exercícios de um controle efetivo da área naval, na parte leste do Mediterrâneo

Sabe-se que a antiga Núbia/Axum ( África) negociava com a Índia, e há evidências que navios do Nordeste da África podem ter navegado na região frontal e externa entre a Índia/Sri Lanka, fazendo comércio com a Núbia e talvez até com os Persas, Himyar e com a Roma Antiga.( interessante informação).

O Império Aksumite ( África) foi conhecido pela Antiga Grécia por disporem de portos para os navios Gregos e Iêmen.  Em outra parte do  Nordeste da África, o Périplo do Mar da Eritreia relatam que povos da Somália, através dos portos do norte como o Zeila e Berbera, estavam negociando incenso e outros itens com habitantes da Península Arábica bem antes da chegada do Islão, e também com o então Império Romano controlador do Egito.( ainda que se possa dizer que eram navios árabes, o fato prova que o povo da Somália tinha contato estreito com a navegação oceânica).

Os povos Suaíli (africanos) tinham diversos e extensos portos comerciais em pontos da costa da África Oriental Medieval e o Grande Zimbabwe( Zimbabue depois Rodésia)) na África Central tinha grande contato comercial , e provavelmente importavam bens trazendo para África através da margem comercial do Sudeste Africano( Quiloa).

 Quíloa,  é atualmente chamada de Tanzânia

É sabido  que no auge do Império Mali ( que durante muito anos se considerou uma fantasia apenas citada na Bíblia) foi construído uma grande frota pelo Imperador Mansa Musa no século 13 e início do século 14( AC). [10] Fontes arábicas descrevem que alguns consideram terem  visitado o Novo Mundo pela frota de Mali em 1311. [11] ( todavia Mali estava no quarto crescente Asia).

O próximo parágrafo confirma a tese de Paul Rivet de que a Oceania era sim muito navegada.

Os primeiros navegadores começaram a usar peles de animais ou tecidos para fabricarem as velas. Fixou na parte superior do barco um mastro, e assim foi possível a fabricação de embarcações maiores. Essa invenção permitiu ao homem ampliar a exploração, reconhecendo, por exemplo, o termo Oceania, cerca de 3000 anos atrás.

 O Antigo Egito( na África) já estava construindo veleiros perfeitamente. Um exemplo notável de sua habilidade de construção foi o Navio Khufu, um navio de 143 pés de comprimento, enterrado ao pé da Grande Pirâmide de Gizé, por volta de 2500 A.C. e achado intacto em 1954. De acordo com Heródoto, os Egípcios ( Necao II) fizeram a primeira circum-navegação em torno da África por volta de 600 A.C.( os portugueses só a realizaram em  1400 DC.).

G 23

Obs: Existem duas referencias sobre Mali, um império do Rei  Mali, citado na Bíblia, e Mali na Africa, nas margens do Rio Mali. O texto acima faz referencia aos cedros do Líbano, e portanto faz referencia aos Fenícios que com remadores do Sudão navegaram a serviço do Necao II. O texto despreza a descrição bíblica da construção da Arca de Noé.



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