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domingo, 13 de dezembro de 2015

Muito pouca gente entendeu esse texto, assim eu o republico.

A cidade sem espelhos.

“Então sereis uma só carne”.
Havia passado boa parte da noite acordado. O sono, e a desatenção já formigavam o meu corpo. Então cochilei e adormecido sonhei.

Estava em uma cidade, numa praça, onde crianças, meninos e meninas brincavam. Eram lindas crianças, vestidas com roupas coloridas e cuidadas. Não pude evitar, e falando sozinho exclamei: que lindas crianças!
Então uma linda e graciosa menina se voltou em minha direção e disse: Achas que somos lindas? São nossas mães que nos deixam assim!
Pensei... As mães dessa cidade são virtuosas.
Então segui pela rua principal e encontrei um senhor que parecia brilhar. Dirigindo-me a ele disse: O senhor parece brilhar, estaria radiante de felicidade? Ele me respondeu, é minha mulher que me deixa assim.
Puxa, pensei, as mulheres daqui são virtuosas. Vi então uma casa comercial e entrei, queria comer e beber algo. Uma senhora de uns trinta e cinco anos, linda, simpática, encantadora veio me atender. Eu não pude deixar de dizer um galanteio: Senhora, como és simpática e encantadora. Ela sorrindo, me responde: Achas? É meu marido que me deixa assim.
Fiquei pensativo... Os homens dessa cidade devem ser virtuosos.
Sai dali e encontrei uma senhora de idade, feliz, bem vestida, porque não dizer; charmosa. Indaguei tirando o chapéu... Senhora pode-se ver que estas muito feliz, é verdade? Sim respondeu ela, meu velho marido me faz assim.
Que curioso, que cidade surpreendente, pensava eu com meus botões. Voltei à praça. Enquanto caminhava me preocupei com minha aparência, como seria eu aos olhos daquelas pessoas? Desci a rua em silencio notando que em cada porta das casas havia um letreiro dizendo sempre as mesmas palavras: “Então sereis uma só carne”.
Havia na praça um senhor. Bom dia amigo, eu disse. Pode me dizer onde encontro um espelho? Espelho, ele repete, o que é isso? Digo: Um vidro onde podemos ver nossa imagem. Ele, movendo-se um pouco para que eu pudesse me sentar, diz: sente um pouco, por favor.
A sua imagem, senhor, são as outras pessoas. Como assim, indaguei.
Diz a Sabedoria, que quando um homem e uma mulher se unem se tornam uma só carne. Portanto quando um homem olha para sua mulher, olha para si mesmo. Se ele vê sua mulher triste, vê a si mesmo triste. Se despenteada, vê a si mesmo despenteado, se suja, vê a si mesmo sujo. Então ele pode convidá-la a alegrar-se, a pentear-se, a tomar um banho juntos, pois juntos são uma só e mesma carne. Então, continuou, o homem cuidando da mulher, sua carne e sua imagem e semelhança, cuida de si, e sua imagem e semelhança, por sua vez, ela sendo sua própria carne cuida de ti. A tua imagem cuida de ti. Uma mãe cuida dos filhos e filhas e os prepara para os filhos e filhas dos outros, mas as outras mães cuidam de seus filhos e filhas para os nossos filhos e assim um dia eles serão então uma só e mesma carne. Compreende?
Não respondi, pensativo.
Então ele abriu um livro e leu algo assim: ninguém aborrece a própria carne, antes cuida dela, assim marido, seja solicito para sua mulher, e mulher seja solicita para seu marido... pois....

Aquilo me perturbou profundamente a alma. A cidade começou a diluir-se, a desmanchar-se. Então o homem me disse: Senhor, senhor, antes que acorde, lembre-se: se faz muito tempo que negligencias a tua imagem e a tua carne, que é sua mulher, lembre-te é trabalho difícil, cotidiano, paciente, mas é preciso começar e perseverar... Senhor... Acordei assustado. Mas acordei em sonho. Peguei um papel e escrevi sem saber o por que: “Homem levanta a tua esposa. Mulher levanta o teu homem”.
Durante todo o dia eu lia aquela anotação. Se minha mulher esta gorda, é porque eu não estou cuidando dela que é minha imagem e carne. Se esta triste é porque não lhe comunico alegria. Se desanimada, não lhe comunico animo... Estou sempre tão preocupado com minha felicidade, que me esqueço dela, que sou eu. Olho no espelho, mas não olho para ela, penteio os meus cabelos, quero ser o tal... Escovo os meus dentes, quero ser auto-suficiente... Quando deveria escovar os cabelos dela, de lhe dar animo, fazer dela a tal... Servi-la, pois ela é minha carne. Troco a minha imagem real pela imagem virtual do espelho frio, imagem invertida, narcísica, onde um abraço nessa imagem mentirosa coloca o meu coração sobre a imagem refletida do meu próprio coração, quando, se por ventura, eu abraço a minha imagem na minha carne, feita mulher, o abraço real coloca o coração dela do lado do meu, como num prato de balança antiga, balança da vida, pesando o dia a dia do amor conjugal. Se o sexo dela está adormecido, é porque eu o deixei dormir. Se o meu esta indiferente a ela, ela o deixou dormir. Se ela esta silenciosa é porque eu já não converso mais com ela. Se não tem paixão, a culpa não é dela é minha.

Então percebi que não olhava mais para mim, mas olhava para uma invenção que me separava de mim mesmo, uma imagem fria, uma ilusão. Eu vivia para o que eu acho que deve ser o outro, mas não vivia para o outro verdadeiro que é minha própria carne na mulher minha imagem e minha semelhança. E pensei: então sereis uma só e mesma carne vivendo em uma cidade sem espelhos.

Um homem e uma mulher não são uma obra acabada. Só a ilusão pode nos enganar dessa maneira cruel e nos fazer crer, que o amor acabou, pois o amor é Deus e Deus não acabou. O casamento acabou digo eu... Por que acabou o respeito que deveria ter pela minha própria carne e imagem, porque parei desde muito de olhar, ser solicito, cuidadoso. atencioso com minha mulher, eu e ela começamos a nos olhar no espelho, a nos preocupar com nossas vaidades, com a nossa beleza fria, quando a nossa beleza estava e está na união solicita de nossas próprias carnes... pois Deus nos deixou assim unidos.
Então tudo começou a se diluir... e eu escutei: Senhor, senhor lembre-te se faz tempo que .... Senhor... Amigo... antes que o senhor acorde.... leia isso....nós somos eternos sonhando um sonho passageiro.... por isso esta escrito: " Até que a morte os separe"... e tudo se diluia, eu já não sabia se era eu que estava com o livro estendido..., ou se eu era o homem com chapéu, só uma coisa era real, as crianças, meninos e meninas brincavam na praça da "Cidade sem Espelhos", porque seus pais e mães assim os fizeram lindos, na união indissolúvel de suas carnes vivas.

Wallace Requião de Mello e Silva, para o G 23.

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